Articulação de Alckmin não deverá prosperar em Goiás

Governador de São Paulo busca ter apoio do DEM, mas pré-candidaturas ao governo devem atrapalhar iniciativa do tucano

Postado em: 04-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Governador de São Paulo busca ter apoio do DEM, mas pré-candidaturas ao governo devem atrapalhar iniciativa do tucano

Venceslau Pimentel

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A movimentação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que, em busca de apoio à sua candidatura a presidente da República acena com a vice a partidos como o DEM, não deve surtir efeito em Goiás. Além das pré-candidaturas já postas do vice-governador José Eliton (PSDB) e do senador Ronaldo Caiado (DEM), os dois devem protagonizar o processo sucessório pelo Palácio das Esmeraldas.

Na articulação de Alckmin, se a investida der certo, o PSDB passaria a apoiar os candidatos do DEM nos estados, conforme noticiou ontem a Folha de S. Paulo. Ex-aliados, Eliton e Caiado vêm, os poucos, subindo o tom em suas declarações, sejam via redes sociais ou em entrevistas a veículos de comunicação. E tudo indica que o embate tende a aumentar ainda mais com a aproximação das eleições. Eliton ganho status de pré-candidato a governador ainda em setembro de 2015, quando deixou o comando do PP para se filiar ao PSDB, em evento que contou com a presença do senador Aécio Neves, à época no comando do partido.

José Eliton comandava a super secretaria de Desenvolvimento Econômico (SED), depois passou pela pasta de Segurança Pública e Administração Penitenciária. Hoje coordena o programa Goiás na Frente, que tem tido atenção especial do Governo por projetar investimentos da ordem de R$ 6 bilhões até o final deste ano, nos 246 municípios goianos.

Caiado, por sua vez, movimenta-se como pré-candidato a governador desde que foi eleito senador, nas eleições de 2014, em chapa majoritária encabeçada pelo hoje prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB). Caiado, que espera agora a reciprocidade dos peemedebistas em apoio à sua candidatura, tem em Iris o seu mais forte aliado nessa empreitada.

O prefeito reconhece o empenho do senador democrata – por quem diz ter gratidão – tanto na eleição de 2014 (em que foi derrotado por Marconi), quanto na de 2016, que o levou à vitória na capital. Por conta disso, Iris trabalha por uma união entre Caiado e o deputado federal e presidente do diretório estadual do PMDB Daniel Vilela, já no primeiro turno.

Daniel e seu grupo, liderado pelo seu pai, Maguito Vilela, resistem às investidas de Caiado, por entender que o partido, que é, numericamente, o maior de Goiás, não pode ficar sem lançar nome próprio. Por conta desse cenário, os dois partidos tendem a se aliar apenas num eventual segundo turno. Além do mais, o deputado federal cobra agora reciprocidade de Caiado, pelo apoio recebido em sua eleição, em 2014.

As investidas de Alckmin recaem sobre o PTB do ex-deputado federal Roberto Jefferson, e o PP do senador Ciro Nogueira (PI). Ambos os partidos, em Goiás, fazem parte da base de apoio do Governo Marconi. O deputado federal Jovair Arantes preside o PTB no Estado, enquanto o senador Wilder Morais comanda o PP.

Mas o maior assédio do governador paulista gira em torno do Democratas. O governador paulista vem mantendo contato com o presidente nacional da legenda, o senador José Agripino (RN), mas o maior interlocutor é o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), que poderia ocupar a vaga de vice.

Alckmin antecipa negociações sobre alianças para 2018, antes que o PMDB se junte ao DEM, que também cogita nomes para a sucessão presidencial como o do próprio Maia, o prefeito de Salvador, ACM Neto, e o ministro da Educação Mendonça Filho. Além disso, o PMDB também não descarta apoiar uma eventual candidatura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que é filiado ao PSD.

Mapeamento

Para formar uma ampla aliança em torno de Alckmin, o PSDB estaria disposto a abrir mão de algumas candidaturas a governador, conforme a reportagem da Folha. Mas teria que fazer, antes, um mapeamento. Goiás não é citado.São cogitados o apoio a Cesar Maia, no Rio (ele é pai de Rodrigo Maia), à candidatura a governador de ACM Neto, na Bahia, e a Rodrigo Garcia em São Paulo.

A reportagem tentou contato com a assessoria de Caiado, que preside o DEM em Goiás, para repercutir o assunto, mas não obteve retorno. A assessoria do deputado federal Giuseppe Vecci, informou que ele está viajando. 

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