Quem fica com os louros do legado de Maguito Vilela?

Cientista político avalia a guerra entre Daniel Vilela e Gustavo Mendanha pela herança política deixada pelo emedebista

Postado em: 24-08-2022 às 07h38
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Quem fica com os louros do legado de Maguito Vilela?
Sobre o assunto, a reportagem do jornal O HOJE conversou com o cientista político Lehninger Mota sobre essa ‘guerra fria’ | Foto: Reprodução

Foi dada a largada na corrida pela cadeira do Palácio Pedro Ludovico Teixeira. Com o início da campanha, os candidatos têm usado todas as armas para persuadir os eleitores acerca de seus nomes. Uma disputa, porém, tem chamado mais atenção. Trata-se da guerra entre Daniel Vilela (MDB) e Gustavo Mendanha (Patriota) pela herança política deixada pelo emedebista Maguito Vilela.

O primeiro, filho legítimo de Maguito, figura na corrida eleitoral como candidato a vice-governador de Goiás pela chapa encabeçada por Ronaldo Caiado (União Brasil). O segundo, filho político de Maguito, figura justamente como principal adversário do governador nas eleições que se aproximam.

Sobre o assunto, a reportagem do jornal O HOJE conversou com o cientista político Lehninger Mota sobre essa ‘guerra fria’. O especialista também explicou quem, de fato, pode levar a maior vantagem nessa disputa. Para ele, há um “equívoco” por trás da estratégia adotada por Gustavo Mendanha. 

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“O legado de Maguito ficou, de maneira mais expressiva, ligado à Aparecida de Goiânia e Jataí, sua cidade natal. O nome do político não é algo que dará corpo ou capilaridade política para Mendanha fora de Aparecida, lugar onde, por sinal, o candidato já vai bem nas pesquisas”, analisou. 

Para o especialista, disputar o legado de Maguito com Daniel é uma estratégia minimamente equivocada. “Quando um filho do candidato que morreu diz que ele é o herdeiro, soa como mais verdadeiro, haja vista que trata-se do filho legítimo. A gente sabe que foi o Daniel que conseguiu o apoio do pai para o Gustavo. Foi ele quem fez toda a articulação quando eram jovens amigos”. 

Em outro trecho, o especialista avaliou o comportamento de Mendanha. “Vejo essa medida  como algo desesperado e pouco significativo”. E justificou: “Maguito não tinha essa capilaridade em todo o estado a ponto de mudar a história e a realidade das eleições de 2022. Vejo que é uma discussão sem muitos méritos eleitorais para se perder tanta energia. É algo pouco relevante e que pode trazer muito mais desgastes do que benefícios, haja vista que as pessoas passam a contestar a quem, de fato, cabe o direito a esse legado”.

Recentemente, Daniel Vilela falou com a imprensa a respeito do assunto. Na última sexta-feira, 19, em entrevista ao jornal O Popular, o candidato a vice na chapa caiadista reagiu ao saber que Mendanha usaria uma parcela significativa de seu tempo na TV para resgatar a imagem de Maguito. “Está na hora do Mendanha parar de se escorar no legado de Maguito Vilela. Ele teve por mais de cinco anos a oportunidade de mostrar serviço como gestor de Aparecida e não entregou nenhuma obra própria para a cidade”.

Na mesma entrevista, Daniel ainda disparou contra o plano de governo do adversário intitulado de Estado Inteligente. O emedebista disse estar ansioso para ver qual será essa cidade inteligente que Mendanha “tanto fala” e que “ninguém viu em Aparecida”. “Agora ele promete criar um parque tecnológico em Anápolis, mas não conseguiu fazer o de Aparecida, onde Maguito deixou a áreas e os projetos prontos”, finalizou.

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