Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Governo vai reabrir prazo para emissoras de rádio AM pedirem migração para FM

Após a assinatura do termo com o Ministério, as rádios devem apresentar uma proposta de instalação da FM e solicitar à Anatel a permissão de uso da radiofrequência

Postado em: 10-01-2018 às 11h45
Por: Márcio Souza
Imagem Ilustrando a Notícia: Governo vai reabrir prazo para emissoras de rádio AM pedirem migração para FM
Após a assinatura do termo com o Ministério, as rádios devem apresentar uma proposta de instalação da FM e solicitar à Anatel a permissão de uso da radiofrequência

O governo federal vai reabrir o
prazo para que os proprietários de rádios que ainda operam na faixa AM
solicitem a migração para a FM. Segundo o ministro da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, nos próximos dias o governo
publicará um decreto dando prazo de 180 dias para que os interessados façam a
solicitação.

“Todos terão a oportunidade de
fazer a migração a partir de agora”, disse o ministro no programa Por Dentro do
Governo, da TV NBR, emissora da EBC.

Continua após a publicidade

Das 1.781 rádios AM no Brasil,
1,5 mil solicitaram a mudança. Na primeira etapa, cerca de 960 emissoras
poderão operar na faixa atual de FM, de 88 megahertz (MHz) a 108 MHz. As demais
candidatas terão que esperar a conclusão do processo de digitalização da
televisão, que vai liberar espaço para a modificação.

Segundo Kassab, com a migração,
as emissoras poderão prestar melhores serviços com qualidade de som
aperfeiçoada. “A comunicação cada vez mais é local, as empresas são locais e,
quando migra da AM para a FM, o sinal atinge menores distâncias, mas melhora
sensivelmente a qualidade, há bem menos interferências”, explicou. “Além disso,
o custeio da rádio é mais baixo, os equipamentos mais baratos, sobra [mais
recursos] para a rádio contratar mais profissionais e fazer uma programação
melhor”, acrescentou o ministro.

Após a assinatura do termo com o
Ministério, as rádios devem apresentar uma proposta de instalação da FM e
solicitar à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a permissão de uso da
radiofrequência. Depois da liberação da Anatel, os veículos já podem começar a
transmitir a programação na faixa de FM.

Para fazer a migração, os
radiodifusores terão que pagar entre R$ 8,4 mil e R$ 4,4 milhões, que é o valor
da diferença entre as outorgas de AM e de FM. As emissoras também precisarão
adquirir equipamentos para a transmissão do novo sinal. Segundo Kassab, o
governo abriu linhas de financiamento para que as empresas comprem esses
equipamentos e consigam fazer a migração.

A migração de faixa é uma antiga
reivindicação dos radiodifusores e foi autorizada por um decreto presidencial
em 2013. As rádios AM têm enfrentado queda de audiência e de faturamento devido
a interferências na transmissão de sua programação. Além disso, não podem ser
sintonizadas por dispositivos móveis, como celulares e tablets.

Marco legal

Durante o programa, o ministro
Gilberto Kassab revelou que nos próximos dias será assinado o Marco Legal da
Ciência, Tecnologia e Inovação. “É uma lei inovadora. Esse decreto regulamenta
toda a legislação e nos dá oportunidade de ter uma operação muito mais
inteligente e racional de todo o sistema da ciência brasileira”, disse.

Segundo o ministro, há anos a
legislação nessa área precisava ser atualizada. “Ela consolida uma retaguarda
do governo brasileiro para que a ciência do país, seja ela vinculada aos
investimentos públicos ou privados, possa continuar avançando e gerando
importantes ações que promovam o desenvolvimento do país”, argumentou.

O texto, por exemplo, vai
desburocratizar a importação de insumos. “Todos sabem quanto é burocratizada a
importação, o quanto às vezes atrapalha ou faz com que uma pesquisa seja
perdida”, disse Kassab, explicando que, a partir do novo marco legal, os
processos com a Receita Federal serão mais ágeis.

Internet para Todos

O ministro Kassab também falou
sobre o lançamento do programa Internet para Todos, que vai possibilitar a
chegada da banda larga em todos os lugares do país. As conexões do programa
serão feitas por meio do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações
Estratégicas (SGDC), em órbita desde maio de 2017.

“Temos que trabalhar para que a
internet seja mais barata e mais acessível, porque isso é uma questão de
justiça social”, defendeu.

Segundo Kassab, 30% da capacidade
do satélite será usada pelo Ministério da Defesa, no monitoramento das
fronteiras brasileiras. O Ministério da Educação também fará uso da tecnologia
para levar banda larga a todas as escolas do país. A meta, por meio da operação
desse satélite, em quatro ou cinco anos, é zerar levar internet às instituições
de ensino públicas que não têm internet. Um convênio semelhante foi feito com o
Ministério da Saúde, para levar internet às unidades públicas de saúde.

A disponibilização da banda larga
será feita por meio de convênios com as prefeituras, e todas as operadoras
terão a oportunidade de participar, em parceria com a Telebrás, disse Kassab. A
expectativa é que sejam firmados convênios com as 300 primeiras prefeituras até
o final de janeiro.

Nessa segunda-feira (8), começou
o prazo para o credenciamento das empresas interessadas em participar do
programa Internet para Todos. Para isso, elas devem encaminhar um documento com
a solicitação para a Secretaria de Telecomunicações (Setel) do MCTIC. Além do
Imposto Sobre Serviços (ISS), as operações serão isentas do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e contarão com infraestrutura
local. O programa não oferecerá o serviço gratuito, mas a preços reduzidos.

A empresa deve indicar a
localidade de interesse, demonstrar capacidade para atendê-la e apresentar
proposta de atendimento indicando velocidades, cronograma, estimativa de preço,
tecnologia e serviço a ser ofertado, além de comprovar que atende aos
requisitos previstos pela Anatel para a prestação do Serviço de Comunicação
Multimídia.

Caberá ao município selecionar um
terreno na localidade indicada para a instalação de uma antena pela empresa de
internet credenciada para prestar o serviço. Além de garantir a segurança desse
terreno, a prefeitura também deverá arcar com as despesas de energia elétrica
que essa antena vai consumir. 

Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução

Veja Também