Posição de Marconi Perillo em eventual segundo turno

Perillo figura como protagonista na corrida rumo ao Senado. A dúvida, no entanto, é se o ex-governador poderá aglutinar força na disputa ao governo, em um segundo turno

Postado em: 01-09-2022 às 07h39
Por: Felipe Cardoso
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A princípio, Perillo figurou como provável candidato ao governo | Foto: Reprodução

O ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) goza de uma capital político robusto. Por ter comandado o Estado por quase 20 anos, Perillo acumulou seguidores e apoiadores nos quatro cantos de Goiás. Mesmo depois de ter decidido se refugiar em São Paulo, após não conseguir eleger seu sucessor, José Eliton (PSDB), nas eleições de 2018, e enfrentar um profundo desgaste político trazido pela Operação Cash Delivery também naquele ano, Perillo decidiu retornar ao estado e colocar seu nome à disposição do povo. 

A princípio, figurou como provável candidato ao governo. Mesmo sem fazer campanha, acumulou, segundo a primeira rodada da pesquisa Serpes, 15% das intenções de voto. Tinha tudo, segundo interlocutores do alto escalão, para figurar como principal adversário do governador Ronaldo Caiado (UB) nas eleições que se aproximam. Mas não o fez. Decidiu, porém, brigar pela única vaga disponível ao Senado.

Mesmo liderando os índices de rejeição [30,6% na primeira rodada, quando foi testado ao governo, e 23,7% quando testado ao Senado], Perillo segue como protagonista na corrida rumo à Casa Alta do Congresso Nacional, em Brasília. Ele reúne 24,7% das intenções de voto e figura como favorito não apenas na pesquisa Serpes como também em todas as outras divulgadas pelos veículos de imprensa nos últimos dias.

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Uma vez fora da corrida rumo ao Palácio, a leitura é que, caso haja segundo turno nas eleições que se aproximam, a briga deve mesmo ficar entre Ronaldo Caiado e Gustavo Mendanha (Patriota). Se o cenário for realmente este, a grande dúvida é: para qual dos dois lados caminharia o ex-governador e, consequentemente, seus apoiadores?

De um lado

Fontes ouvidas pela reportagem e próximas do político divergem sobre o assunto. A unanimidade das respostas dão conta que, para o lado de Mendanha, é certo que não irá. Eles citam, claro, o “desdém” do ex-prefeito de Aparecida em relação ao nome de Marconi e atestam que isso certamente “custará caro” à campanha mendanhista que poderia tê-lo como aliado. 

Mas esse não é o principal fator. Uma outra justificativa é que Marconi tende a caminhar com Lula no cenário nacional. Mendanha, não. A avaliação é que o governadoriável, diferentemente de Marconi, deve fazer palanque para Bolsonaro caso a disputa se estenda para além do dia 2 de outubro, o que inviabilizaria ainda mais o abraço de Perillo à candidatura mendanhista.

Do outro

Ao lado de Caiado, porém, é improvável que esteja. A começar pelas desavenças históricas de ambos. Não aglutinaria, ainda que sejam fortes, dividirem o mesmo palanque. Pelo contrário. Apesar de ser improvável um apoio de Caiado a Bolsonaro, haja vista as desavenças do governador também com o presidente, é fato que Caiado não caminharia ao lado de Lula. Nesse cenário, é provável, avaliam fontes, que o governador se mantenha neutro. 

A mesma teoria se aplica a Marconi que, na avaliação da Maioria, deve dispensar sua base para votar em quem quiser. A certeza é: não vai atacar Caiado. Até porque como já mostrado pelo O HOJE, as chances de que ambos terminem eleitos são grandes e isso implica em uma necessidade de diálogo lá na frente — leia-se: Caiado tende a precisar do suporte marconista junto ao governo federal e quando Marconi certamente precisará do braço amigo do estado para reconstruir seu projeto rumo à cadeira do Palácio das Esmeraldas em 2026. 

Ambas as pesquisas citadas na matéria foram contratadas pelo Grupo Jaime Câmara. A primeira rodada foi divulgada em 16 de julho, registrada no TRE-GO sob o protocolo GO-02837/2022 e no TSE com número BR-09130/2022. Já a segunda rodada foi divulgada em 21 de agosto e protocolada com os seguintes números: GO-08758/2022, no TRE-GO, e BR-00273/2022, no TSE.

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