Por precaução, Caiado deve descolar dos candidatos ao Senado da base

Ambiente hostil entre candidatos vem ganhando força conforme se aproximam as eleições.

Postado em: 09-09-2022 às 07h37
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Por precaução, Caiado deve descolar dos candidatos ao Senado da base
Diante dos ataques, estrategistas da campanha caiadista orientaram o governador a manter uma espécie de “distância segura” | Foto: Elza Fiuza/ABr

Nos bastidores da política goiana, o comentário é que o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) adotará, como estratégia política, um certo distanciamento em relação à disputa ao Senado. Interlocutores justificam a decisão com base no ‘clima tenso’ entre os candidatos à Casa Alta. 

Depois que se viu diante da árdua missão de escolher um único nome para bancar na disputa, Caiado achou uma solução um tanto quanto confortável. Conforme já mostrado pelo O HOJE, o candidato à reeleição preferiu lavar as mãos e transferir a responsabilidade da escolha aos partidos da base. 

Ao se esquivar da escolha, Caiado mergulhou na eleição com candidaturas isoladas em sua rede de apoio. Mas diferentemente do que se esperava inicialmente, ou seja, uma campanha pacífica entre os aliados, o que se vê hoje é um ambiente de tensão e intensa troca de farpas. 

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Uma cutucada ali outra aqui sempre foi algo encarado com certa naturalidade entre os concorrentes. A virada de chave para uma guerra fria, veio, porém, com o disparo de uma nota da equipe de Alexandre Baldy (PP) afirmando que um de seus adversários, Delegado Waldir (União Brasil), estaria ‘escanteado’ por não ter participado de uma ‘selfie’ durante carreata com Daniel Vilela (MDB).

O documento afirmava também que a região pela qual os políticos passavam já estaria “toda fechada” com Baldy, fato que deixou Waldir deslocado em meio ao grupo de políticos que participavam da caravana. Como se não bastasse, o texto enviado à imprensa ainda dizia que Waldir buscava ‘colar’ na campanha do governador, mas, que a campanha de Caiado que “não colou” em Waldir.

De lá para cá, muitos outros entraves surgiram. Um deles envolvendo, inclusive, o nome do mais pacífico dos candidatos: Vilmar Rocha (PSD). Nos bastidores, o nome de Baldy foi apontado como responsável por criar boatos de uma suposta desistência por parte do candidato. Mas lideranças de relacionamento estreito com o peessedista e até o próprio candidato desmentiram a informação à imprensa. 

A mais recente investida partiu de Waldir em uma sabatina promovida pelo jornal O Popular. No encontro, o candidato disse não querer embate com nenhum de seus adversários políticos na disputa. Porém, na contramão do que disse, não mediu esforços ao disparar contra Baldy e Marconi Perillo (PSDB). Waldir afirmou ter as mãos limpas e na sequência disparou para exemplificar: “Eu nunca passeei no camburão da Polícia Federal”. 

O ambiente hostil entre os candidatos vem ganhando força conforme se aproximam as eleições. Diante desse panorama, fontes ligadas ao governador atestam que os estrategistas de sua campanha o orientaram a manter uma espécie de “distância segura”. Se envolver mais com um ou outro, pode ser interpretado como munição para o inimigo. E o clima instável da base não pode respingar na campanha governista.

Os alertas ao governador foram intensificados depois que as atitudes de um de seus aliados passaram a ser vistas na contramão da “boa política”. Conforme mostrado recentemente pela jornalista Izadora Resende, do O HOJE, tem sido ventilado comentários de que as atitudes de Baldy são “desleais” e se traduzem em  “jogo sujo”.

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