STF arma esquema de segurança

Cármen Lúcia tem reunião, hoje, com o presidente do TRF-4, Carlos Flores, para discutir a segurança dos juízes durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Porto Alegre

Postado em: 15-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Cármen Lúcia tem reunião, hoje, com o presidente do TRF-4, Carlos Flores, para discutir a segurança dos juízes durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Porto Alegre

Venceslau Pimentel

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A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, tem encontro marcado para hoje com o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, em Brasília. 

O encontro acontece nove dias antes do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em segunda instância, no tribunal comandado por Flores, em Porto Alegre. No dia 24, o TRF vai julgar recurso de apelação interposto por Lula, contra a condenação dele, a nove anos e seis meses de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Oficialmente, o STF informa que serão tratados durante o encontro assuntos institucionais, dentre eles o julgamento do ex-presidente. O quesito segurança está entre os temas, já que há previsão de confronto entre defensores e os que querem ver o petista na prisão.

Há relatos de ameaça a magistrados do TRF-4, por conta do julgamento de Lula. Por isso, alguns juízes cogitam manter familiares longe de Porto Alegre, de preferência, e, outros estados.

Na semana passada, Carlos Flores se reuniu com parlamentares petistas, que pediram acomodação no órgão judicial para acompanhamento do julgamento.

Em julho de 2017, Lula foi condenado pelo juiz federal Sergio Moro, para cumprimento de pena em regime fechado, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no processo do apartamento tríplex do Guarujá (SP). O petista também teria que paga multa de R$ 669,7 mil.

No entendimento do juiz, o apartamento teria sido dado a Lula como pagamento de propina pela empreiteira OAS em troca de ao menos três contratos com a Petrobras.

“O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha um papel relevante no esquema criminoso, pois cabia a ele indicar os nomes dos Diretores ao Conselho de Administração da Petrobrás e a palavra do Governo Federal era atendida”, disse Moro à época. “ Ele, aliás, admitiu, em seu interrogatório, que era o responsável por dar a última palavra sobre as indicações, ainda que elas não fossem necessariamente sua escolha pessoal e ainda que elas passassem por mecanismos de controle”.

Plano B

Tudo indica que se o Tribunal mantiver a condenação, Lula, que é presidenciável, enfrentará questionamentos durante a campanha, podendo, inclusive, ser impedido de entrar na disputa.

De qualquer forma, o partido vem se mobilizando, tanto para o julgamento quanto pela campanha de Lula. O vice-presidente nacional do PT, Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde, já informou que a legenda vai reafirmar a candidatura dele no dia seguinte ao julgamento, independente do resultado. É um recado de que não tem plano B, mesmo com a possibilidade de o ex-presidente se tornar inelegível ou responder ao processo junto ao Supremo mesmo no exercício da Presidência.

Lula lidera todos os cenários nas pesquisas de intenção de voto, no primeiro e segundo turnos. Na simulação do segundo turno, ele venceria a disputa com o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC). 

(Foto: Reprodução)

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