MPF pede 386 anos de prisão para Cunha e 78 para Henrique Eduardo Alves

Pedido também consta multa no valor de R$ 13,7 milhões para Cunha e R$ 3,2 milhões para o ex-deputado Henrique Eduardo

Postado em: 16-01-2018 às 14h35
Por: Victor Pimenta
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Pedido também consta multa no valor de R$ 13,7 milhões para Cunha e R$ 3,2 milhões para o ex-deputado Henrique Eduardo

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal do
Distrito Federal (JFDF) que o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) seja
condenado a 386 anos de prisão, além de multa no valor de R$ 13,7 milhões pelos
crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e prevaricação, no âmbito da Operação
Sépsis.

O pedido foi feito nas alegações finais assinadas pelos
procuradores Anselmo Cordeiro Lopes e Sara Moreira Leite, que integram a
força-tarefa da Operação Greenfield. Eles querem também que o ex-ministro de
Estado e ex-deputado Henrique Eduardo Alves seja condenado a 78 anos de prisão,
além de multa de R$ 3,2 milhões, pelos mesmos crimes.

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“Igualmente é essencial para a definição das penas de
Henrique Alves e Eduardo Cunha a constatação de serem estes criminosos em série
(criminal serial), fazendo da política e da vida pública um caminho para a vida
delituosa. De fato, restou demonstrado no curso da ação penal que Cunha e Alves
possuem personalidades voltadas para o crime, para a corrupção em seu sentido
mais amplo”, escreveram os procuradores.

Neste processo, os dois ex-deputados foram acusados de
receber propina da empresa Carioca Engenharia em contratos do projeto Porto
Maravilha, no Rio de Janeiro, financiadas pelo Fundo de Investimentos do Fundo
de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS). 
Ambos já se encontram presos preventivamente em decorrência de outros
casos.

A liberação das operações de financiamento teria sido
influenciada por Fábio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos de Governo e
Loterias da Caixa Econômica Federal, que foi indicado ao cargo pelo PMDB e
possuía ingerência sobre os recursos do FI-FGTS.

Entre as provas apresentadas estão planilhas mantidas por
Lúcio Funaro, ex-operador financeiro do PMDB que assinou acordo de delação
premiada, além de mensagens de celular e comprovantes de movimentações
financeiras. As propinas teriam sido recebidas em espécie e por meio de
depósitos em contas no exterior.

O esquema também foi delatado pelos empresários Ricardo
Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, donos da Carioca Engenharia. Mesmo
também tendo confessado o esquema, Funaro e Cleto devem ser condenados a 32
anos de prisão cada, pediu o MPF. Alexandre Margotto, ex-funcionário de Funaro,
foi alvo de um pedido de prisão de 10 anos e 8 meses.

A apresentação das alegações finais do MPF é a última etapa
processual da ação penal, após a qual o juiz federal Vallisney de Souza
Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, deve proferir as sentenças no caso.

Por meio de nota, a defesa de Cunha disse que as alegações
finais do MPF no caso não passam de “ficção científica”, não havendo provas
contra o ex-deputado, somente depoimentos em delações premiadas. 

Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução)

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