O destino dos grandes players que perderem a disputa ao governo

A dúvida que paira na mente do eleitorado, se resume ao que será daqueles que mergulharam de cabeça e não terminaram vitoriosos

Postado em: 29-09-2022 às 09h42
Por: Felipe Cardoso
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O destino é, claro, incerto | Foto: Naldo Mundim

Nos bastidores da política goiana, o nome do governador Ronaldo Caiado (UB), que disputa reeleição ao governo, parece consagrado a mais quatro anos de gestão. Ainda que articuladores e lideranças ligadas às campanhas concorrentes do projeto caiadista transpirem esperança ao comentar a disputa, em off revelam dificuldades em tirar o lugar do gestor que lidera como favorito na disputa. 

O destino é, claro, incerto. Se tratando de eleições, ainda mais. A corrida só termina com o resultado das urnas e isso permite que o jogo esteja a todo momento passível de mudanças. Mas se as estimativas se consolidarem e Caiado terminar mesmo reeleito, a grande dúvida que paira na mente do eleitorado, e até de diversos grandes players políticos, se resume ao que será daqueles que mergulharam de cabeça e não terminaram vitoriosos. 

Os casos que mais chamam atenção passam pelos nomes de Gustavo Mendanha (Patriota) e Major Vitor Hugo (PL). O primeiro, por ter sido reconduzido ao posto de prefeito em 2020 com mais de 98% dos votos válidos da segunda mais populosa cidade do estado. Mendanha, apesar disso, decidiu abrir mão de parte significativa da gestão para se dedicar ao projeto rumo ao governo. A investida, vista por muitos como ambiciosa, pode, de fato, levar o gestor ao mais alto posto da administração goiana. Mas pode, por outro lado, reduzi-lo significativamente se falhar. 

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O ex-prefeito, vale lembrar, não poderá se candidatar à prefeitura de Aparecida ou qualquer outra em 2024 por ter sido reconduzido em 2020. Vale lembrar que a legislação veda a recondução dos gestores ao mesmo cargo político por mais de duas eleições consecutivas. Sendo assim, restará ao político retornar à Câmara Municipal de sua cidade ou depender de indicação política para ocupar um cargo de protagonismo.

Já o segundo, ou seja, Major Vitor Hugo, enfrenta uma situação não muito diferente. O político por ser representante máximo do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Goiás teria, avaliam especialistas, total condição de retornar ao cargo de deputado federal caso buscasse a reeleição na disputa que se aproxima. Mas Vitor Hugo se rendeu ao sonho de se tornar governador e se apegou ao braço do bolsonarismo para subsidiar seu nome.

Em um plano audacioso, se lançou ao Executivo mesmo sem chances reais de vitória, haja vista o cenário polarizado que tem, desde o princípio, o governador como favorito. Assim como Mendanha, Vitor Hugo durante quase todo o percurso se manteve estagnado na terceira colocação da disputa. Caso não saia vitorioso, restará torcer pela recondução de Bolsonaro ao Poder para que o presidente ofereça a ele a mão amiga do governo. 

Na avaliação do cientista político Lehninger Mota, a situação de Mendanha é, de fato, a mais complicada. “Vejo que ele se precipitou muito ao deixar a prefeitura para disputar o governo sem ter um apoio robusto, um apoio partidário forte. Vejo como a situação mais complicada, inclusive. Major Vitor Hugo, por sua vez, estava terminando seu mandato de deputado federal. O máximo que ele perdeu foi a possibilidade de ser reeleito”.

Para ele, Mendanha acabou deixando o segundo maior colégio eleitoral de Goiás, o que pode ser danoso do ponto de vista de sobrevivência política. “Sem contar que na próxima não poderá concorrer por já ter sido reeleito na última”, pontuou. “Vejo como a situação mais complexa. Restará a ele concorrer ao cargo de vereador, se tornar secretário em algum governo ou ficar esse tempo todo fora do meio político e correr o risco de cair no ostracismo”, finalizou. 

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