Entenda o caso de Celso Daniel citado por Jair Bolsonaro em debate na Globo

O prefeito tinha 50 anos quando foi encontrado morto em Juquitiba

Postado em: 30-09-2022 às 09h30
Por: Mariana Fernandes
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A tese conspiracionista ainda retoma a eleitores e candidatos de direita | Foto: Reprodução/ Montagem: O Hoje

A morte do político petista Celso Daniel foi usada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para atacar Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário nas eleições deste ano. Durante o debate em pergunta direcionada à Simone Tebet (MDB), Bolsonaro acusou Lula de ter relação com o assassinato do ex-prefeito de Santo André, em janeiro de 2002.

Quem foi Celso Daniel?

Celso Daniel era uma liderança política na região do ABC paulista. Ele foi prefeito de Santo André no final da década de 1980 e, mais tarde, deputado federal por São Paulo, cargo que ocupava quando foi assassinado. 

O prefeito tinha 50 anos quando foi encontrado morto em Juquitiba, na região metropolitana de São Paulo. Atingido por oito tiros, Daniel havia sido sequestrado dois dias antes, quando voltava de um jantar com o empresário Sérgio Gomes da Silva. O Sombra, ex-assessor do prefeito que estava ao volante de uma Mitsubishi Pajero blindada, nada sofreu. 

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O crime foi investigado pela Polícia Civil, que acabou prendendo os sequestradores e concluiu o inquérito como um crime comum. No entanto, o Ministério Público reabriu o caso e chegou a um esquema de corrupção que teria culminado no assasinato do prefeito. 

O MP, relatou que o político virou alvo depois de descobrir e tentar impedir um esquema de cobrança de propinas que alimentava o caixa do Partido dos Trabalhadores. Na época, Daniel era coordenador do programa de governo de Lula, que acabaria sendo eleito presidente na corrida eleitoral ao fim do ano. 

Ao fim da investigação, foi possível concluir que Celso Daniel teria sido vítima de um crime comum, que levou à prisão de seis homens e posteriormente condenados em júri popular. 

O caso voltou à tona, com a Operação Lava-Jato. Em 1º de abril de 2016, a 27ª fase da operação ressuscitou velhos fantasmas do PT, associando os métodos de corrupção do mensalão ao esquema de desvios na Petrobras. 

O então juiz Sérgio Moro, na época atuando na 13ª Vara Federal em Curitiba, relacionou o esquema com a morte do ex-prefeito petista de Santo André, Celso Daniel. “É possível que este esquema criminoso tenha alguma relação com o homicídio, em janeiro de 2002, do então prefeito de Santo André, Celso Daniel, o que é ainda mais grave.”

A suposição de Moro, nunca foi comprovada. Mas a tese conspiracionista ainda retoma a eleitores e candidatos de direita, que ligam a morte de Celso Daniel com motivações políticas.

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