Caiadistas ao Senado tiveram mais de 1 milhão de votos; Wilder foi eleito com 799 mil

Cientista político vê vitória de Caiado, mesmo com a eleição de um nome fora do grupo. "Mesmo espectro ideológico"

Postado em: 03-10-2022 às 09h12
Por: Francisco Costa
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Cientista político vê vitória de Caiado, mesmo com a eleição de um nome fora do grupo. "Mesmo espectro ideológico" (Foto: Sérgio Lima)

Não é possível simplesmente transferir a soma de votos de candidatos para uma candidatura única. Contudo, a verdade é que os três nomes da base de Ronaldo Caiado (União Brasil) tiveram mais 1 milhão de confirmações nas urnas. Vencedor do pleito, o ex-senador Wilder Morais (PL) teve 799.022, ou seja, 25,25% do total.

Em números individuais dos caiadistas, o deputado federal delegado Waldir (União Brasil) teve 539.219 votos (17,04%), o ex-ministro Alexandre Baldy (PP) teve 406.379 (12,84%) e Vilmar Rocha (PSD) 55.934 (1,77%). As bases não são as mesmas, mas uma candidatura única talvez rendesse um resultado diferente.

Cientista político, Robert Bonifácio prefere não entrar no “achismo” e dizer que o resultado seria outro com um único candidato da base. Ele, contudo, vê Caiado como vitorioso, mesmo com a vitória de Wilder. “O governador saiu vitorioso da disputa, porque foi reeleito em primeiro turno e porque no Senado foi eleito um político que não lhe fará oposição, pelo menos em princípio. Wilder foi secretário de Caiado, situa-se no mesmo espectro ideológico do governador (embora seja mais radical) e não tem o incentivo de se manter ‘casado’ com Major Vitor Hugo, que desempenhou mal nas urnas”, avalia.

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Para ele, o cenário seria preocupante para Caiado se Marconi Perillo (PSDB) tivesse sido eleito. “De toda forma, os resultados do Senado são uma lição para o grupo político no poder. A boa avaliação do governo Caiado e o seu bom desempenho nas pesquisas geraram cobiça dentre os caciques partidários e a divisão de votos entre Baldy e Waldir, principalmente, pavimentou o caminho para a eleição de um candidato fora da coalização governista.”

Outros nomes ao Senado

Na eleição ao Senado por Goiás, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) ficou em segundo, com 626,6 mil (19,8%). Depois de Waldir e Baldy veio o deputado federal João Campos (Republicanos), com 350,2 mil (11,07%).

Os demais pontuaram da seguinte forma: Denise Carvalho (PCdoB) teve 299 mil votos (9,45%); o já citado Vilmar Rocha 55,9 mil (1,77%); Manu Jacob (PSOL), 51,7 mil (1,64%); e Leonardo Rizzo (Novo), 35,9 mil (1,14%).

Wilder Morais

Wilder já anunciava: “Nas nossas pesquisas internas, eu lidero.” De todas as pesquisas de intenção de votos, a apenas o levantamento Goiás Pesquisas/Mais Goiás davam o candidato do presidente Bolsonaro (PL) no Estado como vencedor do páreo de domingo. Ele fez críticas aos demais institutos em sua primeira coletiva após a eleição.

“Esse é um problema que teremos que discutir daqui a pouco, quando a gente chegar ao Senado. Isso aconteceu com o Vanderlan e aconteceu comigo. Nas nossas pesquisas internas, a gente sempre aparecia acima. Isso não pode ser feito. A cada vez que alguém faz uma pesquisa assim, isso atrapalha as pessoas. Quem acertou mais próximo foi o Mais Goiás. O resto foi muito distante”, afirmou já eleito.

Na ocasião, ele também disse que proporia um projeto de lei em relação a pesquisas eleitorais. “Precisamos fazer com que as pesquisas sejam mais sérias. Não podemos permitir o que  acontece agora. Como que pode, o jornal O Popular me colocava em terceiro lugar. Aí eu termino em primeiro. O candidato que estava em primeiro terminou em segundo. Você não pode fazer isso. Se os meios de comunicação querem fazer pesquisa, que contratem dois ou três institutos. Não pode ser um só e dizer que aquilo é o certo. Isso é muito ruim e, mais uma vez, desmoraliza as pesquisas de Goiás e do Brasil. Fizeram isso com Vanderlan [na eleição de 2020, para prefeito de Goiânia] e tentaram fazer isso comigo”, repetiu.

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