Após criticar Rogério Cruz, prefeitura exonera comissionados indicados pela vereadora Lucíula do Recanto

Indignada com a retaliação, vereadora diz que passará para o time de oposição ao prefeito. “Comigo não tem mais conversa. Agora o pau vai quebrar e ele [prefeito] vai ter a pior oposição da vida dele”, garantiu em entrevista ao O HOJE

Postado em: 07-10-2022 às 13h44
Por: Felipe Cardoso
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Indignada com a retaliação, vereadora diz que passará para o time de oposição ao prefeito. “Comigo não tem mais conversa. Agora o pau vai quebrar e ele [prefeito] vai ter a pior oposição da vida dele”, garantiu em entrevista ao O HOJE

Após fazer um duro posicionamento em defesa da causa animal e criticar a inércia da prefeitura de Goiânia em relação ao assunto, a vereadora Lucíula do Recanto (PSD) teve uma surpresa na manhã desta sexta-feira (7/10). Acontece que todos os cargos comissionados indicados pela parlamentar ao Executivo terminaram exonerados em uma única canetada do prefeito Rogério Cruz (Republicanos). Ao todo, foram 10 cargos distribuídos nas secretarias de Meio Ambiente e Saúde. 

A parlamentar enxerga a postura do prefeito como uma clara retaliação ao pronunciamento de ontem. “E olha que falei de forma educada. Mas falei a verdade. Meu papel enquanto vereadora é cobrar, fiscalizar e exigir. Já se passaram quase 2 anos e nada foi feito de efetivo para a causa animal. Não temos castrações, não temos hospitais e atendimentos. Não temos absolutamente nada e tudo é enrolado”, desabafou a vereadora à reportagem do O HOJE. 

Indignada com a postura tida, por ela, como antidemocrática, assegurou que a partir de hoje fará parte do time de oposição ao gestor na Câmara Municipal de Goiânia. “Comigo não tem mais conversa. Agora o pau vai quebrar pois serei oposição ao prefeito. E ele vai ter a pior oposição da vida dele. Não apenas eu, mas toda a causa. Somos unidos e destemidos. O que ele fez não foi algo de um gestor capacitado que preza pelo diálogo. Pelo contrário, ele usou da arma mais baixa que existe e agiu como um ditador. Isso só provou a incapacidade dele de ter uma gestão inteligente”, disparou.

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A vereadora assegurou que até tentou contato com a prefeitura logo após tomar conhecimento de que suas indicações haviam sido expurgadas da gestão municipal. Porém, sem sucesso. “Conversei com o José Firmino [chefe de gabinete do prefeito Rogério Cruz] que informou que o prefeito viajou. Ele também disse ter ficado espantado. Agora vai ser aquele jogo de empurra empurra onde ninguém viu ou tem noção do que aconteceu”. 

“Eu fui a terceira vereadora mais votada de Goiânia. Temos aqui na Câmara vereadores com 300 cargos [Lucíula garante que tinha apenas 10]. Meu foco nunca foi cargos. Meu foco é ser participativa e ajudar para que houvessem mudanças. O prefeito mandou embora pessoas simples que lutam pelos animais”, lamentou. 

Discurso 

Na manhã da última quinta-feira (6/10) a vereadora pediu a palavra em plenário. Ao discursar, saiu em defesa da causa que representa e criticou o que chamou de “gestão ineficaz” encabeçada por Rogério Cruz. “O que posso falar dessa gestão é que sinto vergonha. Sou sincera e não meço palavras. Desde o começo, praticamente mendiguei e fiz tudo o que podia para ajudar os animais de Goiânia. Mas o prefeito me atrapalhou muito. Ele está desenvolvendo uma gestão ineficaz e não apenas na causa animal. Se olharmos de perto veremos que Goiânia parou”.

E continuou: “Eu não tenho nada a reclamar dele pessoalmente. Até o  acho humilde. Mas tenho vergonha e total desprezo por esse prefeito. Estou revoltada, chateada e decepcionada”. Diante da firmeza do posicionamento, o líder do prefeito, vereador Anselmo Pereira (MDB), precisou fazer um contraponto. “Tenho acompanhado o trabalho do prefeito e Goiânia é uma das capitais com maior potencial para atividade política administrativa. Tenho certeza que daqui uns dias a senhora vai dizer que estamos no caminho correto”, disse o líder ao pôr fim ao assunto. 

A prefeitura de Goiânia foi procurada para esclarecer o ocorrido. Até a publicação da reportagem não houve resposta. O espaço continuará aberto para manifestação do contraditório. 

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