Pezão sanciona lei que cria museu da escravidão

A lei que define diretrizes para construção do espaço foi sancionada na última semana pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão

Postado em: 29-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A lei que define diretrizes para construção do espaço foi sancionada na última semana pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão

Após a inclusão do Cais do Valongo na lista de Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Museu da Escravidão Negra no Brasil pode sair do papel. A lei que define diretrizes para construção do espaço foi sancionada na última semana pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão.

Ficou estabelecido que o novo museu será centro de referência para estudos sobre a contribuição da população negra para o desenvolvimento do estado. O objetivo é incentivar e contextualizar estudos sobre o período, além de formar professores.

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“Será um local para as pessoas buscarem a verdadeira história da escravidão”, disse o deputado Geraldo Pudim (MDB), que liderou a aprovação da lei. “A África foi a mola propulsora do nosso desenvolvimento e isso é uma coisa escondida.”

Segundo o deputado, expectativa é que a pedra fundamental do museu seja anunciada em 13 de maio, aos 130 da abolição no Brasil – último país a acabar com a prática na América.

“É preciso difundir o horror desse período, em termos de violência, de tortura, de estupros e da absoluta negação da humanidade a um grupo de pessoas que logo depois passou a constituir a maioria da população e, por isso mesmo, houve uma série de políticas para acabar com ela”, disse.

O acervo do novo museu deve ser inicialmente composto por peças de religiões de matriz africana. Tais peças, apreendidas de coleções nos ano 20 e tombadas ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), estão sob a guarda da Polícia Civil, e inacessíveis ao público

Arquivos históricos e coleções, fotografias, documentos, pinturas e utensílios que possam reconstituir a história e costumes dos descendentes de africanos também devem ser expostos. É possível que o acervo levantado nos últimos anos pela Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra, da Ordem dos Advogados do Brasil, seja incorporado, disse Humberto Adami, presidente da comissão.

Duas opções de endereço do Museu da Escravidão e da Liberdade estão em estudo. Uma delas é que seja montado na antiga sede do Museu da Imagem e do Som, no centro, e a outra é no Centro Cultural José Bonifácio, na zona portuária, próximo ao Valongo, onde estão outros importantes sítios históricos.

O Centro Cultural José Bonifácio, no entanto, pertence à prefeitura, que estabeleceu o local como sede provisória do Museu da Escravidão e da Liberdade (MEL). (Agência Brasil) 

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