Temer vetará possível transferência do controle da Embraer para Boeing

Presidente também avaliou as acusações contra ele como irresponsáveis e reconheceu que os processos trouxeram prejuízos para alguns projetos, como o atraso da votação da reforma da Previdência

Postado em: 29-01-2018 às 13h20
Por: Victor Pimenta
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Presidente também avaliou as acusações contra ele como irresponsáveis e reconheceu que os processos trouxeram prejuízos para alguns projetos, como o atraso da votação da reforma da Previdência

O presidente Michel Temer afirmou hoje (29) que vetará a
transferência do controle da Embraer para a empresa norte-americana Boeing,
caso ela ocorra, conforme foi cogitado por dirigentes da empresa. “Não vamos
abrir mão do controle da Embraer”, garantiu, em entrevista à Rádio
Bandeirantes. Temer disse que é legítimo que a Boeing queira aumentar sua
participação, mas não a ponto de ter o controle total da empresa.

Temer comparou a Embraer à Petrobras. “A Embraer tem uma
simbologia muito grande para o país, mais ou menos como a Petrobras”, disse sem
descartar que uma parceria entre a Embraer e a Boeing seja realizada no futuro.
O presidente também defendeu o controle majoritário nacional da empresa em
entrevista publicada nesta segunda-feira (29) no jornal Valor Econômico.

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Eletrobras

Outro tema abordado pelo presidente nas entrevistas foi a
privatização da Eletrobras, que aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal
(STF). “Nós vamos explicar direitinho [aos parlamentares] e certamente vamos
ter não só a compreensão, mas o apoio, inclusive dos governadores. Há clima
para aprovar isso”, avaliou.

Temer também defendeu o aumento das ações da iniciativa
privada na Eletrobras para atrair cerca de R$12 bilhões para os cofres da
União. O presidente citou que estudos apontam que a “descotização” da empresa
pode reduzir as tarifas de energia e reiterou que parte do valor arrecadado
será utilizado na revitalização do rio São Francisco.

Lula

Sobre a situação política do ex-presidente da República Luiz
Inácio Lula da Silva, que pode ser impedido de se candidatar nas eleições deste
ano por causa da Lei da Ficha Limpa, Temer disse que preferiria que o petista
não tivesse enfrentando problemas com a Justiça e pudesse disputar as eleições
normalmente. “Isso pacificaria o país”, disse, acrescentando que a figura o
ex-presidente é “muito carismática” e que Lula certamente exerce muita
influência no país.

Defesa

Temer também se defendeu das denúncias por corrupção passiva,
organização criminosa e obstrução da justiça apresentadas contra ele pela
Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele disse que “tem muito apreço pelo
Ministério Público”, mas avaliou as acusações como irresponsáveis e reconheceu
que os processos trouxeram prejuízos para alguns projetos, como o atraso da
votação da reforma da Previdência.

Após essa votação e a aprovação de uma simplificação
tributária, que o governo tem como prioridades em 2018, Temer afirmou que se
dedicará à recuperação da sua honra, já que foi “desmoralizado por embates de
natureza moral”. “Não vou admitir mais que se diga impunemente que o presidente
é trambiqueiro, que fez falcatruas. Não vou permitir. Vou aproveitar esses seis
meses [ que restam de governo] depois de fazer as boas reformas para o país
para recuperar meus aspectos morais. Aliás, os meus detratores estão na cadeia
e quem não está na cadeia está desmoralizado porque foi desmascarado por fatos
concretos. Ninguém está na cadeia à toa”, afirmou.

 Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/O Globo)

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