O recorte do eleitorado da menor cidade de Goiás no 2° turno

Anhanguera, que tem o Limão Taiti como marca de produção, costuma virar voto em cima do gongo

Postado em: 17-10-2022 às 06h45
Por: Yago Sales
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Anhanguera, que tem o Limão Taiti como marca de produção, costuma virar voto em cima do gongo | Foto: Prefeitura de Anhanguera

Nos bares e praças da menor cidade de Goiás, Anhanguera, o assunto não é diferente do restante do País: a preferência pelo presidente Jair Bolsonaro e Lula da Silva, levados à disputa no segundo turno com dia marcado para a decisão: 30 de outubro. No Sudoeste do Estado, a 269 km de Goiânia, ou seja, 3h50 de automóvel, a cidadezinha de 9 vereadores, administrada pelo engenheiro civil Marcelo Paiva, a cidadela tem 1.171 eleitores. 

A identidade cultural do município, que tem apenas 44 km², é cercada pela história do pioneirismo da estrada de ferro, da beleza do Rio Paranaíba e do Ribeirão Pirapitinga. A identidade cultural dos munícipes perpassam a descendência de comerciantes sírios e libaneses que encontraram por aquelas bandas, sobretudo pela passagem do trem – uma novidade em Goiás – para escoar produção do Limão Taiti. 

Quem levou a preferência na cidade no primeiro turno foi o candidato do PT, Lula da Silva. O governador, reeleito no primeiro turno, teve maior preferência pelo eleitorado anhanguerino. O petista teve 48,69% (428 votos), enquanto Jair Bolsonaro, do PL, obteve 42,66% (375 votos). 

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No primeiro turno do pleito de 2018, Jair Bolsonaro saiu em vantagem contra o petista Fernando Haddad, que assumiu o encargo de concorrer à Presidência após o ex-presidente Lula ter sido impedido. Bolsonaro teve 45% contra 31,69%. Já no segundo turno, o petista virou o jogo na cidade. Obteve 51,11% (391 votos) contra 48,89% (374 votos) de Jair Bolsonaro. 

A dois anos das eleições municipais, os políticos locais preferem não comentar a polarização. Do MDB do vice-governador eleito Daniel Vilela, o prefeito Marcelo Paiva mantém discrição. Afinal, Ronaldo Caiado decidiu pelo apoio à reeleição de Bolsonaro. Atento para o perfil mais petista da cidade, embora os números demonstrem uma disputa quase pau a pau, é melhor se desprender de algum equívoco político-idelógico. Não é o que o prefeito disse. Mas é o que se observa no cenário da cidade com menor colégio eleitoral de Goiás. 

Os eleitores da cidade seguiram a lógica do restante do Estado de garantir a reeleição de Caiado ainda no primeiro turno. O governador recebeu 65,49% da preferência (556 votos). Já Gustavo Mendanha (Patriota), teve 15,31% (130 votos). Na contramão do que ocorreu na somatória de todos os votos, que elegeu Wilder Morais ao Senado, o município colocou Delegado Waldir (União Brasil) na liderança dos votos: ele teve 306 votos. Venceu para Federal José Nelto (PP), que teve 197 votos e Jamil Calife (PP) para Estadual. Já a abstenção de Anhanguera ficou em 26,61%.

Na cidade onde quase todo mundo se conhece – e não há informação de brigas que vão além do “ah, deixa disso” – dois torneios podem aquecer às vésperas de o eleitor da Anhanguera ir às urnas. No dia 29, um dia antes da decisão do segundo turno, ocorrem duas finais de campeonatos envolvendo competições saudáveis entre os moradores da cidade: a final do 2° campeonato de sinuca e a final do 3° campeonato de truco. Ou seja, a festa está garantida de qualquer forma.  

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