Exonerações na Comurg são atribuídas à derrota de Thelma Cruz nas urnas

Ligação entre uma coisa e outra passa pela eleição de Clécio Alves, figura influente na Comurg, que ‘tirou’ a vaga da primeira-dama na Alego

Postado em: 19-10-2022 às 08h15
Por: Felipe Cardoso
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Ligação entre uma coisa e outra passa pela eleição de Clécio Alves, figura influente na Comurg, que ‘tirou’ a vaga da primeira-dama na Alego | Foto: Divulgação/Secom Goiânia

Nos bastidores da política goianiense o comentário era um só durante a última terça-feira (18/10). Os burburinhos passam pela exoneração de centenas de trabalhadores da Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg). Foram mais de 340 servidores exonerados da noite para o dia. 

O desligamento em massa, conforme destacado por unanimidade entre todas as fontes consultadas pelo O HOJE, tem relação direta com o resultado das urnas no dia 2 de outubro. A avaliação é que essa seria uma resposta, por influência da prefeitura, diante da derrota da primeira-dama, Thelma Cruz (Republicanos), nas urnas.

A ligação entre uma coisa e outra, segundo as mesmas fontes, passa pela eleição de Clécio Alves, também do Republicanos. Acontece que Clécio foi o candidato que ‘tirou’ a cadeira de Thelma. Além de desbancar, no voto, a esposa do prefeito, o vereador da Câmara Municipal de Goiânia contou com o apoio de uma base consolidada na Comurg. A leitura, após o cruzamento dessas informações, é que ao invés de acompanharem o projeto da primeira-dama, parte dos servidores preferiram apostar em Clécio.

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Conforme mostrado pela imprensa local, muitos comissionados lotados na Comurg trabalharam nas campanhas de personalidades políticas, dentre elas, Clécio Alves. Com isso, o clima tenso em relação ao Executivo foi ampliado ante ao infrutífero projeto encabeçado pelo Paço. Na avaliação de importantes players políticos, Rogério, ainda que não tenha concorrido, saiu “menor” da disputa. “Não conseguiu demonstrar força, capilaridade política”, avaliou um dos consultados.

Em nota à imprensa, a Companhia de Urbanização disse que as exonerações foram realizadas com o objetivo de conter despesas. A ideia, segundo a empresa, é garantir o equilíbrio financeiro da companhia. Também foi destacado que os servidores exonerados faziam parte do setor administrativo e, portanto, o setor operacional não terminaria prejudicado. 

“Não haverá prejuízo algum nas atividades de varrição, coletas de lixo orgânico e seletiva. Pelo contrário: os ajustes visam, justamente, beneficiar as ações de rua, com ênfase na melhoria da qualidade dos serviços postados”, disse a empresa no comunicado. A reportagem tentou contato tanto com a prefeitura de Goiânia, quanto com o deputado eleito, Clécio Alves. Não houve resposta. 

Em paralelo 

O HOJE mostrou, na edição da última terça-feira (18/10) que ganha força, nos bastidores da Câmara Municipal de Goiânia, a informação de que o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), caminha a passos largos rumo ao isolamento. De acordo com fontes consultadas pela reportagem, paira no ar uma insatisfação em relação ao tratamento dispensado por alguns auxiliares do prefeito. Mas não só: o não atendimento às demandas dos vereadores também têm causado uma espécie de “revolta coletiva”. 

Ainda que nenhum dos aliados do prefeito fale em on sobre o assunto — temem retaliação —, há quem diga que os vereadores devem adotar um “novo tom” em relação ao Paço. Isso porque um movimento oposicionista já foi iniciado e tende a ganhar musculatura conforme percorre os corredores do Legislativo. A prefeitura, quando procurada, também não se pronunciou sobre o assunto.

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