Paço corta 143 mi e reduz déficit

Secretário de Finanças do município afirma que números mostram que surtiram efeitos as ações adotadas pela prefeitura

Postado em: 01-02-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Secretário de Finanças do município afirma que números mostram que surtiram efeitos as ações adotadas pela prefeitura

Venceslau Pimentel*


Com o corte de gastos de mais de R$ 143 milhões, o prefeito Iris Rezende (MDB) conseguiu minimizar o déficit fiscal mensal da Prefeitura de Goiânia e reduzir a dívida em 2017. O cenário de recuperação das contas do município foi apresentado ontem pelo secretário municipal de Finanças, Alessandro Melo, para quem os números mostram que surtiram efeitos as ações empreendidas por Iris.

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Ao assumir a prefeitura, em janeiro do ano passado, Iris anunciou um rombo nas contas do município, da ordem de R$ 600 milhões, herdados de seu antecessor Paulo Garcia (PT), já falecido, de quem era aliado político. Em um ano, foram pagos mais de R$ 378 milhões de dívidas com fornecedores e o déficit mensal, estimado em R$ 31 milhões, caiu para R$ 22 milhões. 

Os números não são mais positivos em virtude da queda real de 0,27% da arrecadação, em 2017, quando confrontado com 2016. De acordo com Melo, o município arrecadou R$ 4,28 bilhões, alcançando um superávit orçamentário – na variação entre receita e despesas – de R$ 156,2 milhões.

Os cofres do tesouro municipal foram recheados com R$ 91,1 milhões da receita tributária, advindos do Programa de Recuperação Fiscal (Refis), instituído de agosto a dezembro do ano passado. De acordo com o secretário, foram realizadas 172 mil negociações.

A dívida ativa do município, até o início do programa, era de R$ 6 bilhões, com o chamado “crédito bom” estimado em R$ 800 milhões. A dívida apenas dos 100 maiores devedores, de um total de 5 mil, chegava a R$ 302 milhões. “A economia só foi possível graças ao corte de mais de R$ 143 milhões que fizemos nas despesas correntes, uma economia de mais de 8% em relação ao exercício 2016”, disse o secretário, lembrando que o déficit financeiro mensal ainda persiste.

Na apresentação das contas fiscais, Alessandro Melo destacou o superávit primário alcançado, que trata da diferença entre receitas e despesas primárias do período, com exceção do pagamento de juros. De uma meta prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017, de um déficit de R$ 127 milhões, o ano fechou com R$ 101,9 milhões positivos, o que corresponde mais R$ 228 milhões acima da meta fiscal.


Otimização

“As ações desenvolvidas pelo Fisco em Ação, aliadas à contenção de despesas e otimização dos contratos, foram determinantes para que reduzíssemos o déficit em cerca de 30%”, disse o secretário durante entrevista à imprensa, no Paço. “Nossa meta, no entanto, é zerar esse déficit ainda dentro deste exercício e aí sim darmos andamento à execução fiscal da forma como prevista em nosso planejamento estratégico, priorizando os investimentos na cidade de Goiânia”, pontuou. 


Gasto com pessoal fica abaixo do limite 

O relatório das contas fiscais da Prefeitura  que o gasto com o funcionalismo caiu e, por isso, cumpre o previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O percentual registrado foi de 46,07%. Pela LRF, o limite máximo de despesa com pessoal nos municípios é de 54%; o limite prudencial é de 51,3%; e o de alerta é de 48,6%.

Já em relação à Saúde, os índices constitucionais ficaram acima do mínimo exigido. O município investiu R$ 1,176 bilhão, sendo que o percentual mínimo. Para efeito de cômput do percentual mínimo de investimento na pasta foram R$ 515,1 milhões. O valor representa 20,73% da receita do município para apuração da aplicação na saúde, 5,73% a mais do mínimo exigido, que é de 15%.

Os investimentos na Educação atingiram 29,87%, o que equivale a mais de R$ 754 milhões. O índice constitucional é de 25%. De acordo com Alessandro Melo, a dívida consolidada líquida do município é uma das mais baixas entre todas as capitais do país. Representa apenas 24,28% da Receita Corrente Líquida.  

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