Perfil independente coloca Aava no protagonismo da política goiana

Vereadora, que nos bastidores é vista como uma promessa para o alto escalão da política, discursou em evento com a presença do ex-presidente Lula e desbravou um espaço que sequer lideranças históricas da esquerda alcançaram

Postado em: 21-10-2022 às 06h45
Por: Redação
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Vereadora, que nos bastidores é vista como uma promessa para o alto escalão da política, discursou em evento com a presença do ex-presidente Lula e desbravou um espaço que sequer lideranças históricas da esquerda alcançaram | Foto: Lincoln Leão

Por: Felipe Cardoso e Yago Sales

Sem nenhuma cerimônia, a vereadora Aava Santiago, presidente do PSDB de Goiânia, tem se destacado como um player político emergente. Popularmente conhecida por posições firmes, a vereadora não titubeou ao tomar um lado ante ao acirramento histórico de duas forças antagônicas: Jair Bolsonaro (PL) e Lula da Silva (PT) — ainda que isso custasse caro. 

O preço foi alto ao declarar apoio ao petista muito antes do primeiro turno das eleições. Ela chegou, inclusive, a ser acusada por alguns tucanos como culpada pelo melancólico resultado das urnas que culminou na derrota do ex-governador Marconi Perillo na briga pelo Senado. Em resposta, Aava disparou à imprensa local: “Não vou aceitar que meia dúzia de homens frustrados, e o Marconi não faz parte disso, coloque em mim essa culpa que tem notas de misoginia”. 

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A vereadora, que nos bastidores já é vista como uma promessa para o alto escalão da política, recentemente dividiu a mesa com grandes players do cenário nacional. Viajou a São Paulo para participar de um evento com o ex-presidente Lula e desbravou um espaço que sequer lideranças históricas da esquerda alcançaram.

Convidada a participar do evento encabeçado pelo núcleo duro petista, discursou num tom ‘evangélico politizado’ ao expor sua indignação quanto ao uso de templos como ferramenta de apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Antes disso, também protagonizou debate no Estudio i da Globo News — espaço restrito a um seleto grupo de políticos goianos. Justificou, na ocasião, sua aposta em Lula tendo como alicerce a defesa da democracia. 

A porta de entrada à elite veio, segundo fontes, pela relação de confiança entre Aava e Geraldo Alckmin, o vice de Lula. Ex-governador de São Paulo por quatro vezes, Alckmin deixou o PSDB após ser preterido a concorrer à Presidência em favor do ex-prefeito e ex-governador João Doria. 

Com lugar de destaque entre direitistas, esquerdistas e evangélicos, Aava insiste que a fé em Deus tem sido “vilipendiada em nome de supostos valores cristãos e da suposta defesa das infâncias”. Ao falar sobre o assunto no encontro petista desta semana, apontou que, “enquanto eles usam o nome das crianças, eles cortam as crianças do orçamento”. Com fala endereçada a Lula, a poucos metros de onde discursava, Aava disse que a gestão do petista (entre 2003 e 2010) “fez com que o filho do crente tivesse três refeições”. 

Com jeito imponente, usou o vocabulário evangélico pentecostal. “Eu faço um apelo às minhas irmãs e irmãos: não permitam o sequestro da nossa fé. Já nos convertemos a Jesus, não temos que nos converter ao Bolsonaro”, discursou, colocando os presentes de pé em aplausos. 

Aava, vale lembrar, se tornou conhecida em um programa de rádio, onde emite até hoje opiniões polêmicas, principalmente em favor das mães e em desfavor do machismo estrutural. Formada em Sociologia, é vereadora da capital desde 2020, quando conseguiu 2.865 votos. Foi candidata à Câmara Federal no último pleito e obteve 13.387 votos nas urnas. 

Com a segunda derrota consecutiva do tucano chefe, Marconi Perillo, e sem viabilizar um nome ao governo de Goiás, Aava desponta como uma das figuras mais emergentes da política goiana. Tudo isso, não apenas pela posição político/partidária firme, mas também pela entrega invejável de um mandato pautado pela defesa das mulheres, da liberdade de imprensa e, claro, da democracia. 

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