Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Ministério Público Federal pede afastamento do diretor da PRF

Silvinei fez uso indevido do cargo e lista situações durante a campanha eleitoral

Postado em: 15-11-2022 às 12h09
Por: Cecília Epifânio
Imagem Ilustrando a Notícia: Ministério Público Federal pede afastamento do diretor da PRF
Silvinei fez uso indevido do cargo e lista situações durante a campanha eleitoral | Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro pediu o afastamento do do diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, por 90 dias.

O MPF argumenta que Silvinei fez uso indevido do cargo e lista situações durante a campanha eleitoral em que, no entendimento dos procuradores, o diretor pediu votos, de maneira irregular, para o presidente Bolsonaro (PL).

“A vinculação constante de mensagens e falas em eventos oficiais, entrevista a meio de comunicação e rede social privada, mas aberta ao público em geral, tudo facilmente acessível na internet, sempre associando a própria pessoa do requerido à imagem da instituição PRF e concomitantemente à imagem do Chefe do Poder Executivo federal e candidato a reeleição para o mesmo cargo, denotam a intenção clara de promover, ainda que por subterfúgios ou mal disfarçadas sobreposição de imagens, verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais”, escreveu o Ministério Público.

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O pedido também lembra de postagens de Silvinei nas redes sociais, na véspera do segundo turno, em que o diretor pediu votos para o atual presidente.

“Não é possível […] dissociar da narrativa desta inicial a possibilidade de que as condutas do requerido, especialmente na véspera do pleito eleitoral, tenham contribuído sobremodo para o clima de instabilidade e confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores no dia do segundo turno das eleições e após a divulgação oficial do resultado pelo TSE”, argumenta o MPF.

A Polícia Federal abriu um inquérito que investiga blitz da PRF no dia do segundo turno das eleições. Contrariando determinações da Justiça, os agentes pararam ônibus que fazia o transporte gratuito dos eleitores. A corporação alega que fiscalizou apenas questões técnicas dos veículos, como as condições dos pneus.

A conduta da Silvinei diante dos bloqueis ilegais em rodovias, promovidos por apoiadores do presidente Bolsonaro, que não aceitam os resultados das eleições, também está sendo alvo de investigação. O Ministério Público Federal aponta que há indícios de omissão da PRF por motivos políticos.

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