A prefeitura de Goiânia confirmou a sanção da lei que muda o nome da Avenida Castelo Branco para Agrovia Iris Rezende Machado. A matéria foi avalizada ainda na noite da última sexta-feira (18/11). O texto, de autoria do vereador Clécio Alves (Republicanos), foi aprovado na Câmara Municipal de Goiânia na última quinta-feira (17/11). 

A mudança de nome da avenida, vale lembrar, havia sido aprovada anteriormente na Casa, porém, foi vetada pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos). O veto foi mantido pela Câmara após pressão de empresários da região. A votação do projeto deveria ocorrer na quarta-feira (16/11). Porém, Clécio pediu vista do próprio projeto por temer a recusa da matéria pela presença dos empresários na Casa de Leis. 

No dia seguinte, quando a matéria de fato foi aprovada, Pedro Azulão Jr. (PSB) lamentou que a galeria não estivesse cheia como no dia anterior. “Mas a Castelo Branco tem vereadores representantes”, disse ao pedir votos para os comerciantes. “Eu vou votar contra a mudança do nome”, anunciou. Na contramão, o vereador Paulo Magalhães (União Brasil) lembrou que Castelo Branco foi um ditador.

Encerrada às 11h36, a votação teve placar final de 16 votos favoráveis e 8 contrários. A tramitação da propositura ocorreu, pela segunda vez, sob clima de pressão. No início deste mês, vale lembrar, o vereador Clécio Alves, autor do texto, chegou a ofender empresários da região que acompanhavam a sessão.

Os empresários foram até a Câmara protestar contra um projeto que muda o nome da avenida para “Agrovia Iris Rezende”. Em um dos momentos mais calorosos do encontro, Clécio deu ‘banana’ para a plateia.

A proposta, para alguns vereadores, vai contra o regimento interno da Câmara de Goiânia, que proíbe parlamentares de apresentar dois projetos do mesmo teor durante uma legislatura. Isso porque no início do ano Clécio apresentou o mesmo projeto que visava mudar o nome da mesma via para “Avenida Iris Rezende”. A proposta, no entanto, não prosperou como o parlamentar gostaria.

Agora, no entanto, ele afirmou que o texto não vai contra o regimento por ter nomenclatura diferente, apesar do mesmo objetivo. Segundo informações de bastidores, vereadores da capital veem Clécio como o “Manda-Chuva” da Câmara Municipal. “As coisas aqui funcionam como ele quer que funcione”, disse um vereador.

Para Clécio, a proposta visa “tirar o nome de um ditador” de uma das vias mais importantes da capital. “Esse projeto vai tirar o nome de um ditador, de um vagabundo, que puniu a população brasileira que nunca fez nada em Goiânia e vai colocar o nome do maior representante do agro do Estado e do Brasil. Se tirar o que Iris Rezende fez em Goiânia não sobra nada, inclusive a Castelo Branco”, disse.

“Os comerciantes terão cinco anos para fazer as adequações, são cinco anos e não cinco dias. E eu reafirmo, se precisar dos R$ 13 milhões que tenho direito [Clécio foi eleito deputado estadual no último dia 2 de outubro] como deputado, eu destino esse dinheiro para comerciantes da Castelo Branco não sofrerem esse prejuízo”, completou.