Caiado deve discutir presidência da Assembleia só em janeiro, dizem aliados

Cairo Salim (PSD) diz que as articulações para a liderança da mesa diretora devem esquentar somente em janeiro

Postado em: 28-11-2022 às 08h30
Por: Francisco Costa
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Cairo Salim (PSD) diz que as articulações para a liderança da mesa diretora devem esquentar somente em janeiro | Foto: Reprodução

Um dos possíveis candidatos à presidência da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o deputado estadual Cairo Salim (PSD) diz que as articulações para a liderança da mesa diretora devem esquentar somente em janeiro. Inclusive, ele afirma que o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) só deve tratar do assunto naquele mês.

“Está meio parado, agora”, se refere a questão da mesa. “Creio que vai esquentar mesmo em janeiro”, completa. Também cotado na disputa pela liderança da mesa, Virmondes Cruvinel (União Brasil) corrobora que o assunto não está em alta. “Pelo que sinto, ainda vai esperar as demais votações. O governador ainda não entrou, ele só pediu pra evitar reuniões por agora.”

A expectativa inicial era que o governador Ronaldo Caiado tratasse do sucessor do presidente Lissauer Vieira (PSD) após as eleições presidenciais de primeiro segundo. O mandatário estadual declarou apoio a Jair Bolsonaro (PL) no páreo. 

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Após o pleito, a ideia era que as discussões ficariam para depois de votações importantes na Alego. A maior delas foi da contribuição do agronegócio, aprovada em segunda e definitiva votação na última semana – ainda deve ser tratada na Casa uma reestruturação das secretarias de governo, por meio de reforma administrativa. 

Mas sobre a taxação do agro, todos os possíveis nomes na futura disputa à presidência da Alego votaram a favor da taxação do agro: além de Cairo e Virmondes, Bruno Peixoto (União Brasil) e Wilde Cambão (PSD). Outros dois são Renato de Castro (União Brasil) e Lincoln Tejota (União Brasil), mas eles só assumem no ano que vem, então não participaram.

Como o chefe do Executivo deve participar da articulação para eleição do próximo presidente, mesmo com o desgaste da pauta – que contrariou produtores rurais do Estado –, é natural o posicionamento favorável dos governistas. “Por enquanto, o governador não tem restrições aos nomes apresentados”, ressalta Virmondes. 

Favorito

Interlocutores com bom acesso na Alego apontam que o nome de Bruno Peixoto ganhou cotação após a condução da votação das matérias que criam o fundo e a contribuição de até 1,65% para o agro. “Aumentou as chances de 90% com esse trabalho. Fica difícil o governador ir contra a eleição dele”, destaca. 

O deputado é líder do governo no parlamento goiano. Sendo assim, caso ele realmente se confirme como presidente da Casa, Caiado terá que buscar um novo nome para a função. Nesse caso, uma boa opção seria o do deputado estadual Wilde Cambão, dizem nos bastidores.

Como ele também cotado à presidência, o cargo seria uma espécie de compensação. Além disso, é uma forma de, também, contemplar a região do entorno do Distrito Federal, que terá destaque na próxima legislatura.

Wilde Cambão é experiente. Foi reeleito com 29,9 mil votos. Em relação a região, esta terá dois representantes de Luziânia, com Cristóvão Tormin (Patriota) – que recorre para assumir – e o próprio Cambão; dois de Valparaíso de Goiás, Quirino (Republicanos) e Zeli (PRTB); um de Santo Antônio de Descoberto, André do Premium (Avante); e um de Águas Lindas de Goiás, Anderson Teodoro (Avante). Juntos, eles somaram mais de 151 mil votos.

Em porcentagem, eles representam 14,5% de toda a Casa, que tem 41 membros. E vale citar, a região concentra ainda mais números: as nove cidades goianas que fazem fronteira com o DF possuem um ativo eleitoral próximo dos 800 mil votos – tanto que também elegeram dois deputados federais: Célio Silveira (MDB) e Lêda Borges (PSDB). Com um ativo desses, fica difícil ignorar a região na partilha de poder, seja na Mesa Diretora da Alego ou na mesa de reuniões do secretariado do governador Caiado, ou, ainda, na liderança do governo.

Independência

Vale lembrar, em 2019 o nome preferido de Caiado para a presidência da Assembleia era do deputado Álvaro Guimarães (União Brasil). Ele, contudo, saiu da disputa e votou em Lissauer, depois que o nome do pessedista surgiu como alternativa por mais independência na Casa. No fim das contas, quem disputou com ele foi o deputado estadual Delegado Humberto Teófilo (Patriota). 

Ainda em 2019, Lissauer antecipou a eleição da mesa e foi reeleito para o biênio 2021/2023. Dessa vez, não houve outro candidato pela presidência. Mesmo não tendo entrado por articulação do governador, o presidente foi um aliado do chefe do Executivo na condução da Alego.

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