Alexandre Baldy pode compor governo Lula

Ex-ministro das Cidades deve ser apoiado por bancada de deputados, dizem interlocutores

Postado em: 08-12-2022 às 08h30
Por: Francisco Costa
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Ex-ministro das Cidades deve ser apoiado por bancada de deputados, dizem interlocutores. | Foto: José Cruz/ABr

O ex-ministro das Cidades de Michel Temer (MDB) Alexandre Baldy pode voltar a ocupar uma pasta importante no governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Interlocutores próximos ao presidente estadual do Progressista dizem que a bancada dos deputados federais pode bancar o nome do goiano. 

O Jornal O Hoje procurou Baldy, que também foi deputado federal e que este ano disputou o Senado, mas não teve resposta. O assunto, dizem as fontes, é tratado discretamente.

Vale citar, o presidente nacional do PP é Ciro Nogueira, ministro-chefe da Casa Civil do presidente Jair Bolsonaro (PL). Como Baldy, ele defendeu a reeleição do presidente – o Progressistas, de fato, é peça chave do atual gestor e do País.

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Inclusive, foi Ciro quem, no primeiro discurso de Bolsonaro após a derrota para Lula, “admitiu a vitória” do petista ao falar que iniciaria a transição. Nogueira assumiu o importante cargo em 2021. Para ele, foi dada a missão de conseguir apoio do Congresso e conter o desgaste do presidente por causa da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. 

No entorno de Ciro Nogueira a avaliação é que Baldy é um aliado da estrita confiança de Nogueira, tanto que foi designado para várias missões políticas durante a campanha presidencial.

O presidente nacional do PP tem mais de 20 anos de Congresso. Experiente, ele já apoiou os governos Lula, Dilma (PT) e Michel Temer. A aliança com Bolsonaro é de 2020. 

E ele não é o único progressista/pepista importante para esse governo e para o próximo. O presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) foi base de sustentação para Bolsonaro naquela Casa do Congresso e, consequentemente, no País. 

Lira, agora [há tempos] negocia com Lula. As conversas facilitaram o apoio à reeleição dele para presidente da Casa, mas também para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que o governo petista precisa para cumprir promessas de campanha, sobretudo da manutenção do Bolsa Família (Auxílio Brasil) em R$ 600.

A avaliação, inclusive, é que a dependência que Lula tem de Lira é grande – maior que o contrário. Nesse sentido, o PP segue fortíssimo e vivíssimo. E Baldy goza de prestígio no partido. É cotado como representante dos deputados e do partido para compor com o governo.

Alexandre Baldy

Alexandre Baldy é formado em direito e foi deputado federal de 2015 a 2019. Já no Ministério das Cidades, ele esteve de novembro de 2017 a dezembro de 2018. Durante a campanha ao Senado neste ano, o goiano reforçava que, enquanto ministro, entregou mais de 30 mil casas a famílias de baixa renda e mais de 70 mil no Programa Minha Casa, Minha Vida, no Estado.

Ainda no currículo político, entre 2011 e 2013, ele foi secretário de Indústria e Comércio de Goiás do então governador Marconi Perillo (PSDB). Atualmente, o político é aliado ao governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Baldy também foi secretário dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, durante a gestão do governador João Doria. Ele ocupou o cargo de janeiro de 2019 a outubro de 2021.

Ainda sobre a disputa à Casa Alta do Congresso, Alexandre terminou em quarto lugar, com 12,84% dos votos válidos (cerca de 406 mil eleitores). Ele foi superado por Wilder Morais (PL), o eleito com 25,25%; Marconi Perillo, 19,8%; e Delegado Waldir (União Brasil), 17,04%. Junto com Waldir e Vilmar Rocha (PSD), que teve 1,77%, Baldy disputou pela base de Caiado.

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