“Haddad não terá a mesma abrangência de Guedes”, diz presidente da Abiplast

Empresário, que também dirige o Sindiplast em São Paulo, comentou ainda as expectativas do mercado para o ano que vem

Postado em: 10-12-2022 às 08h00
Por: Felipe Cardoso
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Empresário, que também dirige o Sindiplast em São Paulo, comentou ainda as expectativas do mercado para o ano que vem. | Foto: Reprodução

O programa Face do Poder, do grupo O HOJE, recebeu em sua mais recente edição o  empresário goiano e presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho para um bate-papo. O empresário, que também preside o Sindiplast do Estado de São Paulo, falou sobre as expectativas do setor em relação ao processo de reconstrução política a ser implementado pelo governo eleito, bem como o cenário de oscilação econômica no qual o País atravessa.

Em seu primeiro questionamento, o jornalista Wilson Silvestre, apresentador do programa, indagou o empresário em relação à possível indicação de Fernando Haddad como ministro da Economia do novo governo [Haddad foi oficializado pelo presidente eleito na última sexta-feira (9/12), um dia depois da entrevista]. Roriz, no entanto, enfatizou que o presidente Jair Bolsonaro deixou claro que quem cuida da economia, e de vários setores que agregam o Ministério, é o ministro Paulo Guedes, até o final de dezembro. 

“No caso do próximo governo, sem dúvida nenhuma, o presidente Lula dará a última palavra. Também sabemos que o Ministério da Economia, que hoje é composto por vários ministérios, será dividido em três. Terá o chamado Ministério do Planejamento e, provavelmente, o Ministério da Indústria, Comércio e Serviço, o nome ainda não está definido. Embora Haddad tenha sido indicado como um provável ministro da economia, ele não vai ter a abrangência que tem o ministro Paulo Guedes”, disse. 

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Em outro trecho, ele comentou a alta dos juros prevista para o ano de 2023 e também as limitações na indústria de transformação. Juros altos, vale lembrar, limitam os investimentos na indústria de transformação. E mais: comentou sobre a possível expansão dos negócios da Abiplast pelos próximos anos.

“O setor do plástico tem uma correlação com o PIB de 95%, quase a totalidade. Nós faturamos cerca de R$ 45 bilhões por ano, e é um setor que gera 370 mil empregos diretos. Movimentamos cerca de R$ 14 bilhões por ano. O que faz o investimento aumentar ou diminuir, é a previsibilidade. O setor está esperando para ver quais são as grandes diretrizes e uma das coisas que temos dificuldade é a inflação”, explicou. 

Segundo o empresário, juros altos atrelados à inflação são sinônimos de inibição dos investimentos. “Para o ano que vem teremos uma possível negociação de combustíveis, a volta do ICMS, um aumento no valor dos alimentos e aumento em vários outros setores da economia, que projetam que inflação não irá persistir. Então, nós estamos esperando ver quais serão os primeiros passos do novo governo. Independentemente disso, somos um setor que precisa investir, pois todos dependem do produto plástico no produto final”. 

Outro ponto questionado pelo jornalista diz respeito à publicação de um vídeo sobre a necessidade de uma reforma tributária no País. Questionado se acredita na possibilidade do novo governo colocar a reforma em pauta, considerou a questão uma “equação difícil de fechar”. 

“O governo vai precisar de receita para cumprir as promessas. Como se faz uma Reforma Tributária, exonerando a fome e diminuindo a tributação sobre o consumo? Para atender todas essas demandas o governo vai precisar de receita. É realmente uma equação difícil de se fechar”. 

Na esteira das mudanças que envolvem o governo federal, o empresário ainda aproveitou para repercutir o cenário político polarizado pelo qual o Brasil atravessa. Para ele, o ideal seria uma convergência capaz de criar empregos de boa qualidade, através dos investimentos. Para assistir a entrevista completa basta acessar o canal O Hoje News no YouTube.

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