Lula sinaliza para ampla participação feminina nos ministérios

Desejo de ampliar a participação das mulheres nos espaços de decisão e poder atende não só a uma promessa de campanha mas, sobretudo, a um clamor social

Postado em: 14-12-2022 às 08h10
Por: Felipe Cardoso
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Desejo de ampliar a participação das mulheres nos espaços de decisão e poder atende não só a uma promessa de campanha mas, sobretudo, a um clamor social. | Foto: Reprodução

A gestão encabeçada pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contará, ao que tudo indica, com ampla participação feminina. A presença das mulheres tem sido notada não apenas entre os integrantes do grupo de transição, mas também em meio a sequência de indicações e figuras cotadas para ocupar importantes ministérios. 

O desejo de ampliar a participação das mulheres nos espaços de decisão e poder atende, sobretudo, a um clamor social. Vale lembrar que o presidente eleito foi largamente criticado após o anúncio dos primeiros cinco nomes para os ministérios, pois nenhuma mulher estava entre eles. Conforme mostrado pelo jornal O Globo, o anúncio da primeira leva de auxiliares intensificou a pressão sobre Lula, a fim de que se garantisse maior representatividade no Executivo. 

Margareth Menezes é a primeira dentre os nomes especulados a aceitar publicamente compor com o novo governo. Ela assume a Cultura. Após um encontro com o presidente eleito na manhã de ontem, a cantora confirmou o sinal verde para o convite. “Foi uma conversa muito animadora para a gente que é da cultura. Nós conversamos e eu aceitei a missão. Recebo isso como uma missão, até porque foi uma surpresa para mim também”, disse a cantora.

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A baiana é a primeira mulher a ser anunciada como parte da equipe ministerial de Lula. “O presidente disse que para ele é de uma importância muito grande e que quer fazer um Ministério da Cultura. A ideia é atender aos anseios do povo da cultura e do Brasil pelo potencial que temos”, acrescentou.

Conforme mostrado pelo O HOJE, a secretária de Economia do governo goiano, Cristiane Schmidt também é uma das cotadas para assumir posição de destaque. O nome da titular é ventilado para o Ministério do Planejamento. 

À reportagem ela disse que ainda não houve convite. “Como diz Henrique Meirelles [ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central], sobre hipóteses não devemos falar”, brincou e reforçou: “Ainda não houve convite”, continuou.

Schmidt, vale lembrar, foi uma das grandes responsáveis por dar condições de governabilidade e equilíbrio para o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), ao longo dos últimos quatro anos. Ela é do time dos liberais e é mais próxima a Pérsio Arida e ao vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). 

Além de Schmidt, uma outra mulher também está entre os nomes favoritos para o Planejamento. Trata-se da ex-secretária de orçamento, Esther Dweck. A economista integra o grupo temático da equipe de transição. Segundo o jornal Metrópoles, ela é próxima a Nelson Barbosa, que foi ministro do Planejamento quando Esther trabalhou na pasta. 

As pastas da Saúde e Educação também contam com mulheres entre as possíveis indicadas. Os nomes são da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, e da governadora do Ceará, Izolda Cela (Sem partido).

Nos bastidores, o nome da senadora Simone Tebet também aparece na lista de cotados. Ela deve ocupar, caso indicada, o Ministério do Desenvolvimento Social. O grupo é responsável pelos programas sociais do governo, em especial o Bolsa Família. Vale lembrar que o benefício, durante a gestão Bolsonaro, foi reformulado e passou a ser chamado de Auxílio Brasil. Assim que voltar ao Poder, Lula promete resgatar o antigo nome. 

Além da Cultura, já estão confirmados na composição ministerial: Fernando Haddad, no Ministério da Fazenda; Flávio Dino, Ministério da Justiça; Rui Costa, Casa Civil; José Mucio Monteiro, ministério da Defesa; e Mauro Vieira, Itamaraty.

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