Eliton busca reunificar base aliada

Vice-governador tem como trunfo na costura política o fato de que vai assumir o governo do Estado por nove meses a partir de abril

Postado em: 03-03-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Vice-governador tem como trunfo na costura política o fato de que vai assumir o governo do Estado por nove meses a partir de abril

Venceslau Pimentel*


A um mês de assumir o governo de Goiás, o vice-governador Zé Eliton (PSDB) avança na costura política para selar uma aliança partidária com os partidos da base aliada, tarefa dividida com o governador Marconi Perillo (PSDB), que se desincompatibiliza do cargo em abril.

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O trunfo de Eliton – pré-candidato à sucessão de Marconi – para reunificar a base está no fato de que a partir de 7 de abril ele terá, por nove meses, a caneta nas mãos para montar a sua equipe, ampliando a participação de aliados na sua gestão, e atraindo também outras legendas que ainda não fecharam com nenhum de seus prováveis adversários na disputa: o senador Ronaldo Caiado (Democratas) e o deputado federal Daniel Vilela (MDB).

A tarefa de Eliton ganha contornos mais suaves, a quatro meses das convenções partidárias, o que lhe possibilita formatar a chapa majoritária para contemplar os aliados. Na quinta-feira ele deu um passo importante, no sentido de convencer a senadora e presidente do PSB estadual, Lúcia Vânia, a permanecer no grupo político de Marconi, que deve ocupar uma das duas vagas para concorrer ao Senado.

Lúcia entra na disputa direta pela indicação da segunda vaga, ao lado do também senador Wilder Morais, que preside o PP em Goiás. Ela sai à frente do pepista depois da reunião com o vice e Marconi, mas ainda não bateu o martelo. Mas não está descartada a possibilidade de o PSB ampliar seu espaço no governo na gestão de Eliton.

Porém, adota um discurso conciliador, que pode culminar numa aliança. Ex-mulher do atual secretário de Segurança Pública, Irapuan Costa Júnior, a pessebista deixou a reunião negando que tenha se afastado da base marconista. Mas, de qualquer forma, ela se diz aberta “a conversar com todos”.

Essa brecha tem sido aproveitada, por exemplo, pelo ex-governador e ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (MDB), que confirma conversações com Lúcia e também com Wilder Morais. “Temos uma vaga ao Senado para oferecer”, diz Maguito, que é pai de Daniel Vilela.

Suplente de senador até 2012, Morais assumiu o mandato em 2012, com a cassação de Demóstenes Torres. Em 2015, trocou o Democratas pelo PP. Ele é o próximo da lista de Eliton e Marconi para uma conversa sobre a formatação da chapa, que também ainda tem em aberto a vice e as suplências de senador. 


Vilmar pode ocupar suplência de Marconi

Uma das vagas de suplente ao Senado (provavelmente a de Marconi) pode contemplar o ex-secretário de Meio Ambiente Vilmar Rocha, que é o próximo no radar do Palácio das Esmeraldas para uma reunião com o vice-governador Eliton e o governador Marconi. Presidente estadual do PSD, Vilmar não esconde o desejo de mais uma vez disputar o Senado, cacifado para este pleito com 1.012.496 votos, em 2014. Ficou atrás de Caiado, que venceu a disputa com 1.283.665 votos. Ele teve atrito com a base, em 2017, ao defender um nome fora do governo para a sucessão de Marconi, mas arestas estão sendo aparadas para uma reaproximação.

Também já foi pré-agendada com Wilder, a quem também deverá ser oferecida uma vaga de suplente. Há ainda uma disputa empreendida pelo deputado federal e presidente estadual do PTB, Jovair Arantes. A legenda está de olho na vice, mas ainda não fala em nomes para indicação. O prefeito de Anápolis, Roberto Naves, é uma das opções. Nas eleições de 2016, ele, que é empresário, desbancou políticos tradicionais da cidade, como o ex-deputado federal Pedro Canedo (DEM), e o próprio prefeito na época, João Gomes (então do PT).

Eliton praticamente já costurou aliança com o PROS do deputado estadual Lincoln Tejota e ontem se reuniu com políticos filiados ao PHS, entre eles Marcelo Augusto, ex-vereador e ex-presidente da Câmara de Goiânia. O vice-governador também abriu canal de conversações com o PDT, diretamente com o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, mas sob a aquiescência da deputada federal Flávia Morais e do marido dela, George Morais, ex-prefeito de Trindade.

Os esforços de Zé Eliton visam manter ou mesmo ampliar a aliança costurada por Marconi em 2014, quando conseguiu reunir 16 partidos em torno de sua candidatura – PSDB, PRB, PP, PDT, PTB, PSL, PR, PPS, PHS, PMN, PTC, PV, PEN, PSD, PT do B e PROS. (*Especial para O Hoje) 

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