Agro em Goiás quer aproximação com governo Lula e aparo de arestas

É certo que o governo Lula da Silva terá diversas arestas para aparar. Entre elas, a do setor do agronegócio, que não escondeu a preferência nas eleições pelo atual mandatário do País

Postado em: 15-12-2022 às 08h34
Por: Francisco Costa
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É certo que o governo Lula da Silva terá diversas arestas para aparar. Entre elas, a do setor do agronegócio, que não escondeu a preferência nas eleições pelo atual mandatário do País | Foto: Reprodução/Governo de Goiás

É certo que o governo do presidente eleito e diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem diversas arestas para aparar. Entre elas, a do setor do agronegócio, que não escondeu a preferência nas eleições pelo atual mandatário do País, o presidente Jair Bolsonaro (PL). Consultor técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), Cristiano Palavro revela que, de fato, o segmento tem preocupações, mas acredita em uma relação institucional.

Segundo ele, apesar dos temores, dificilmente haverá retaliações por causa da preferência “não velada” do setor por Bolsonaro. “A relação será muito institucional, dada a importância do segmento. A paixão será deixada de lado. Acreditamos que será um relacionamento prático”, argumenta. 

Palavro também diz que deve ocorrer, de forma natural, uma aproximação. Inclusive, ele cita que, aparentemente, o governo eleito busca colocar representantes do agro para ocupar o Ministério da Agricultura. O mais cotado seria do senador Carlos Fávaro (PSD-MT), como lembra o consultor da Aprosoja.

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Fávaro, de fato, lidera as cotações para a pasta. Do Mato Grosso, principal Estado produtor de grãos no País, o congressista também integra o grupo de Agricultura na equipe de transição. Entre outras coisas, ele foi presidente da Associação de Produtores de Soja e Milho daquele Estado. Segundo Cristiano, ele tem bom trânsito com o segmento. Esta indicação, segundo ele, já seria uma forma de aparar as arestas. 

Além disso, o agro tem a preocupação com temas antigos, como questões ambientais e indígenas. “Sempre geram preocupações e não sabemos o que esperar.” Ele também cita que seria ruim a divisão da pasta, com outros ministérios como Pesca, Agricultura Familiar, etc. “Mas por enquanto são mais incertezas e dúvidas. O setor acompanha com cautela. Quando o governo assumir, as pautas serão aproximadas.”

Deputado federal eleito

O deputado federal eleito Daniel Agrobom (PL), representante do segmento e que irá compor a bancada do Agro, também conversou com o Jornal O Hoje. Segundo ele, “não há dúvidas de que o setor estará ao lado de Lula, se Lula quiser estar ao lado do agro”. 

Daniel reforça que esta parceria é muito importante não só para o presidente eleito, mas para a nação, uma vez que o segmento representa uma boa parte do produto interno bruno (PIB) brasileiro. “O agro estará aberto para conversar com o novo presidente e a cúpula que compõe o governo”, destaca o também ex-prefeito de Bom Jesus de Goiás. 

Questionado sobre as expectativas, ele é conciso: “O agro espera que abra as portas, como foi feito no passado, para continuar crescendo. Ainda há muito espaço para isso, e para ajudar o País. Então, o presidente tem que conversar com o setor.”

Ele diz, ainda, que o setor também esperava uma postura do próprio atual presidente, o que não ocorrerá. “De acalmar os ânimos, pois temos um país dividido. Mas também de conversar, dizer que ainda estava a disposição, que pedisse fiscalização. Para saber que, se na próxima gestão houver deslize, o povo vai para a rua. Mas precisa acalmar os nervos e deixar o País andar.”

Críticas do futuro presidente da bancada ruralista

Eleito presidente da bancada ruralista do Congresso, o deputado Pedro Lupion (PP-PR) disse que o agro tem “preocupação enorme” com os próximos passos do governo Lula. Ele comandará a frente por dois anos. 

À Exame, ele criticou o orçamento proposto para o Ministério da Agricultura no próximo ano, de R$ 1,53 bilhão. Segundo ele, o valor assustou a bancada, além de ser “uma falta de respeito”, uma vez que o Ministério da Cultura teve previsão de R$ 5 bi para o ano que vem. “Não estou dizendo que um merece mais que o outro, mas a gente merece o mínimo de respeito.” Ele também citou que a frente está atenta em relação ao direito de propriedade.

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