2022 e os deslizes de Rogério Cruz frente à prefeitura de Goiânia

Da quebra de braço com goianense - que o prefeito venceu - pelo aumento abusivo do IPTU à derrota da primeira-dama Thelma Cruz à Alego

Postado em: 31-12-2022 às 08h30
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: 2022 e os deslizes de Rogério Cruz frente à prefeitura de Goiânia
Da quebra de braço com goianense - que o prefeito venceu - pelo aumento abusivo do IPTU à derrota da primeira-dama Thelma Cruz à Alego. | Foto: Vinícius Schmidt

Nos últimos doze meses, a gestão do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) teve altos e baixos para aquele que foi de ex-vereador a ocupante do quinto andar do Paço Municipal. Depois de enfiar goela abaixo dos vereadores da capital o código tributário, provocando aumento abusivo do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). 

Não foi um fevereiro fácil. A pressão levou um então aliado, o Sargento Novandir a vestir-se de palhaço e, sob uma música circense, afirmava que teria sido enganado pelo prefeito Rogério Cruz. Para ele, o gestor “merecia um couro de cinto”. 

À época, a coluna Xadrez registrou: “Poucas vezes se viu um alarido tão grande sobre aumento de IPTU como o que está ocorrendo em Goiânia. A percepção geral é que o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) está de costas para os goianienses ao ignorar, não só os alertas de entidades representativas da sociedade, mas também de vereadores sobre a majoração de valores que ultrapassam 60% do que é cobrado agora”.

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Na edição do dia 16 de fevereiro, o jornal O Hoje revelou que uma servidora havia sido exonerada após erguer uma faixa crítica a Cruz e à primeira-dama no condomínio onde morava. A reportagem exclusiva trazia a história de Adriana Rodrigues Coelho Rabello que, servidora da Secretaria Municipal de Educação (SME), estava à disposição da Procuradoria-Geral do Município. Insatisfeito com a faixa que trazia os seguintes dizeres: “nem Rogério crucificador para prefeito nem Thelma Cruz para deputada estadual”. 

Além disso, diversos protestos ocorreram em Goiânia. O vereador Mauro Rubem, do Partido dos Trabalhadores – ele foi eleito deputado estadual -, judicializou o caso, que viveu perrengues. 

Na semana seguinte, depois que o Paço mandou que servidores arrancassem faixas de protestos pela capital, o jornal O Hoje publicou, na capa da edição do dia 8 de fevereiro, sete fotografias de faixas sob o título: “Rogério Cruz manda retirar faixas de protestos da população sobre o aumento do IPTU”. 

O imbróglio do aumento abusivo do IPTU – ideia que foi do Paço à Câmara – pode ter tido uma solução apenas agora, em dezembro, quando os vereadores votaram a revisão do Código.

Antes disso, no entanto, o prefeito Rogério Cruz apostou todas as fichas na candidatura da mulher dele, a primeira-dama Thelma Cruz, que filiou-se no Republicanos – partido que é o braço político da Igreja Universal do Reino de Deus. O resultado, no entanto, foi a derrota. Enquanto era possível ver, de maneira massiva, no Paço carros plotados com a Thelma, nas redes sociais havia um otimismo. 

Nos últimos meses, Cruz também passou a perder parte dos aliados na Câmara, principalmente depois que exonerou 1,4 mil comissionados, muitos dos quais indicados dos parlamentares do Legislativo Municipal. Com isso, expandiu–se a oposição, dando mais fôlego aos críticos da gestão, recebendo, inclusive, recados duros. 

Sete dias depois de assumir na Câmara Municipal de Goiânia, o vereador Paulo Magalhães (União Brasil) usou a tribuna da Casa para pedir ao líder do prefeito, Anselmo Pereira (MDB), que levasse ao Paço um recado amargo. “Ou o senhor anda direitinho com as emendas ou ele vai pedir a sua cabeça”. 

Em seguida, Magalhães ainda alerta aos colegas da Casa: “E vocês têm obrigação de votar comigo para colocá-lo no meio da rua. Tem que respeitar essa Casa, tem que trabalhar em parceria. Não é dando que se recebe, é respeitando aqueles que foram eleitos para estar nessa Casa em defesa da população de Goiânia”. 

Enquanto o ano novo chega, o prefeito tenta encontrar o ponto de equilíbrio entre o poder absoluto de um gestor aos poucos tentando se encontrar na lida diária e, de maneira desconhecida, buscar uma forma de chegar a 2024, ano de eleição, com alguma chance de reeleger-se.

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