Lincoln, que ainda não declarou apoio a Bruno, pode ter perdido o ‘timing’

O deputado estadual Bruno Peixoto, que é candidato à presidência da Assembleia Legislativa de Goiás, recebeu o apoio do parlamentar eleito George Morais e quase conseguiu consenso

Postado em: 04-01-2023 às 08h00
Por: Francisco Costa
Imagem Ilustrando a Notícia: Lincoln, que ainda não declarou apoio a Bruno, pode ter perdido o ‘timing’
O deputado estadual Bruno Peixoto, que é candidato à presidência da Assembleia Legislativa de Goiás, recebeu o apoio do parlamentar eleito George Morais e quase conseguiu consenso. | Foto: Denise Xavier

O deputado estadual Bruno Peixoto (União Brasil), que é candidato à presidência da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), recebeu o apoio do parlamentar eleito George Morais (PDT). Com isso, ele tem 40 (contando ele próprio) dos 41 parlamentares. Quem resiste é Lincoln Tejota (União Brasil), que segundo fontes quer apoio para a liderança da legenda, mas o tempo para isso pode ter passado.

Ex-vice-governador, Lincoln queria a presidência. Bruno, contudo, articulou mais e mais rápido para a eleição de 1o de fevereiro. Virmondes Cruvinel (União Brasil), que também estava de olho no comando da Casa, sentou com o colega primeiro, fechou apoio e deve ser, de fato, o líder do partido na Alego. A legenda é a maior, com seis deputados, assim como o MDB. 

Ainda restam as comissões, sendo as mais visadas a de Constituição e Justiça e a Mista. Contudo, a essa altura estas devem já podem estar comprometidas. Existe a possibilidade, todavia, que o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) interfira.

Continua após a publicidade

O governador não participou das articulações para a presidência da Assembleia Legislativa, como fez em 2018/2019. Bruno cresceu só, por conta próprio. Até para mostrar força pode trabalhar para acomodar posições na mesa diretora e em comissões. Nesse sentido, pode ajudar o ex-vice-governador, em um gesto de gratidão. 

O Jornal Hoje procurou o deputado e a assessoria do mesmo, mas não teve sucesso. 

Caiado ficou distante

 O governador não entrou nas conversas de presidência da Alego. Sempre tinha uma razão: o segundo turno das eleições presidenciais, as pautas urgentes para votar naquele parlamento. Nesse ínterim, Peixoto articulou, mesmo sem o envolvimento de Caiado. 

Até porque, não era interessante demonstrar preferência, uma vez que o União Brasil tinha outros nomes: os recém-eleitos Renato de Castro e Lincoln Tejota, além dos já membros da Casa Virmondes Cruvinel e, claro, Bruno Peixoto. Fora do partido, mas da base, Cairo Salim também estava à disposição. 

O líder do governo superou todos. No fim, Virmondes e Cairo oficializaram o apoio. Salim revelou ter conversado e decidiu por compor a chapa. Ocupará o novíssimo cargo de vice-presidente corregedor, que serve para avaliar os pedidos por investigação de quebra de decoro.

Virmondes, por sua vez, disse que o colega está preparado e que ele se sentiu representado após longa conversa. Ele espera permanecer como líder do União Brasil, maior bancada da Alego com seis eleitos, como mencionado. 

Cautela é preciso?

Nos bastidores, Bruno Peixoto já é tratado como o novo presidente da Assembleia Legislativa de Goiás. O novo líder do Legislativo, no entanto, só será definido em 1° de fevereiro do ano que vem. O vencedor da disputa ocupará o cargo deixado por Lissauer Vieira (PSD). A história, contudo, ensina que as coisas podem mudar e que é bom ter cautela.  

Vale lembrar que, em 2019, o nome preferido de Caiado para a presidência da Assembleia era o do deputado Álvaro Guimarães (União Brasil). Ele, porém, saiu da disputa e votou em Lissauer, depois que o nome do pessedista surgiu como alternativa por mais independência na Casa. No fim das contas, quem disputou com ele foi o deputado estadual Delegado Humberto Teófilo (Patriota), que, por sinal, passou longe de ser eleito. 

Segundo Álvaro Guimarães, Bruno está mais tranquilo do que ele estava em 2019. Ele admite, contudo, que a mais de um mês da eleição [ele conversou com a equipe na semana passada] não se pode ter “tranquilidade total”. “Até porque, eu também estava tranquilo.” O deputado, contudo, reforça que a situação é diferente. “Na época, os deputados Cláudio Meirelles, Dr Antônio e Iso Moreira conspiraram contra mim. E eu estava viajando. O Bruno não vai viajar e não tem ninguém conspirando contra ele, apesar de ter outro candidato.”

Veja Também