Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Fundo de Transportes ganha reforço

Entre as novas fontes de recursos previstas em projeto encaminhado pelo governo à Assembleia está o repasse de até 20% da receita do Detran

Postado em: 15-03-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Fundo de Transportes ganha reforço
Entre as novas fontes de recursos previstas em projeto encaminhado pelo governo à Assembleia está o repasse de até 20% da receita do Detran

Venceslau Pimentel*

O Fundo Constitucional de Transportes (FCT), criado em junho de 2017, será incrementado com novas receitas, e uma das mais expressivas é a que prevê o repasse de até 20% da receita bruta do Detran-GO. É o que prevê projeto de lei que o governador enviou à Assembleia Legislativa e foi lido ontem em plenário.

Outras fontes que passam a colaborar com o FTC vêm de doações feitas por pessoas físicas e jurídicas, públicas e privadas; de rendas oriundas de aplicação financeira dos recursos arrecadados; valores decorrentes da cobrança pelo uso de faixa de domínio; e de produto de recolhimento de contribuição decorrente de condição estabelecida na legislação tributária para fruição de benefício ou incentivo fiscal.

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Os recursos também virão de transferência financeira de municípios beneficiados por serviços ou obras de construção, reformas, ampliação ou manutenção de rodovias e vias urbanas localizadas em seus territórios e de parte do produto das receitas próprias da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), conforme oportunidade e conveniência da referida Autarquia.

Pelo projeto, fica mantida a aplicação de 100% dos recursos repassados do governo federal decorrentes da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE). O projeto não estima o montante de recursos para o Fundo com essas novas receitas.

Pela lei aprovada no ano passado, conforme o artigo 9°, o governador foi autorizado a abrir, no corrente exercício, créditos especiais até o limite de R$ 300 milhões, destinados ao atendimento das despesas decorrentes da presente Lei, a correrem à conta de suas receitas.

Gerido pela Agetop, o FTC capta recursos financeiros para custear despesas com a melhoria funcional, recuperação, manutenção, conservação, sinalização, segurança e melhoramento, inclusive gerenciamento, consultoria, supervisão, planejamento e acompanhamento das respectivas obras a serem executadas; na malha rodoviária estadual pavimentada, não pavimentada e nas balsas; nos aeródromos e no autódromo sob responsabilidade administrativa da Agetop.

Na proposta também foram incluídos passivos ambientais, em áreas adjacentes às rodovias e implantação de trevos. “Inclui-se, portanto, em seu artigo 1°, a destinação dos recursos deste Fundo Constitucional de Transportes também para as despesas com o passivo ambiental e áreas adjacentes às rodovias, já que se trata dfenômenos cotidianos, erosões no solo devido às chuvas e outras intempéries, situações estas que exigem agilidade de correção, além da implantação de trevos de acesso”, diz o texto.

Convênios

O governador também encaminho à Assembleia projeto de lei que autoriza a abertura de créditos especiais em favor da Agetop, no valor global de R$ 1,31 milhões, para despesas com a execução de convênios celebrados entre a referida Agência e as Prefeituras de Faina e Vianópolis, bem como com pessoal e encargos.

De acordo com o titular da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan), a necessidade da abertura do crédito especial se justifica pela ausência no orçamento setorial da Agetop. 

Iquego também vai passar por mudanças 

O governo do Estado encaminhou projeto à Assembleia Legislativa com pedido de autorização para instituir o Fundo Garantidor para a Parceria Público-Privada da Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego), denominado FG/Iquego. “Busca-se com a parceria em questão possibilitar a manutenção das atividades da empresa, mediante combate de seus problemas estruturais, por meio de um projeto de compartilhamento de riscos e ganhos pactuado sob a forma de colaboração com finalidade lucrativa e de longa duração, em que a Iquego se abre ao investimento e à gestão privados”, justifica o governador Marconi Perillo.

Ele frisa ainda que o ente parceiro pode alcançar o mercado público de medicamentos, com as vantagens inerentes ao laboratório público oficial, permitindo, em contrapartida, a amortização do passivo da Empresa.

Com a proposta, o objetivo é adotar para a Iquego mais atrativo aos parceiros privados. O fundo terá por finalidade prestar garantia de pagamento de obrigações pecuniárias assumidas pelo parceiro público.

Integram o Fundo os recursos provenientes do Funproduzir, até que ocorra a criação deste, as demais receitas a ele destinadas, bem como, em caso de necessidade e extrema urgência, os bens móveis e imóveis que compõem o patrimônio da Iquego. Ele será criado, administrado, gerido e representado judicial e extrajudicialmente por instituição financeira controlada direta e indiretamente pela União, com observância das normas a que se refere o inciso XXII da Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964.

A dissolução do Fundo Garantidor ficará condicionada à prévia quitação da totalidade dos débitos garantidos. “A medida não acarretará impacto orçamentário-financeiro aos cofres estaduais e a Procuradoria-Geral do Estado manifestou-se pela sua viabilidade jurídica”, diz o texto. (*Especial para O Hoje) 

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