Juízes federais e do trabalho param em defesa de auxílio-moradia

Magistrados e procuradores defendem o direito a receber o auxílio-moradia mesmo nos casos em que os beneficiados possuem residência própria na cidade em que trabalham

Postado em: 15-03-2018 às 18h00
Por: Victor Pimenta
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Magistrados e procuradores defendem o direito a receber o auxílio-moradia mesmo nos casos em que os beneficiados possuem residência própria na cidade em que trabalham

Juízes federais fizeram nesta quinta-feira (15) uma mobilização nacional em
defesa do recebimento de auxílio-moradia, após o Supremo Tribunal Federal (STF)
ter marcado para o dia 22 deste mês o julgamento sobre a manutenção ou não do
benefício, hoje no valor de R$ 4,3 mil.

A mobilização foi organizada pela Associação dos Juízes
Federais do Brasil e outras entidades de classe jurídicas também aderiram ao
movimento, como a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho, a Associação
Nacional dos Procuradores da República e a Associação Nacional dos Procuradores
do Trabalho.

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Ocorrem atos conjuntos em São Paulo, no Rio de Janeiro, em
Salvador, Belém, Porto Alegre e no Distrito Federal. Em outras 12 capitais,
entidades representativas regionais também fazem manifestações. Devido à
mobilização, algumas varas funcionam em regime de plantão.

Magistrados e procuradores defendem o direito a receber o
auxílio-moradia mesmo nos casos em que os beneficiados possuem residência
própria na cidade em que trabalham. Eles argumentam que a verba serve como
compensação à defasagem inflacionária dos subsídios, que não são reajustados
desde 2015.

Outro argumento do movimento é o de que o avanço contra o
auxílio-moradia faz parte de um “ataque insidioso e forte retaliação, agora já
não disfarçada, em razão de sua atuação técnica e isenta no cumprimento de suas
funções constitucionais, notadamente no que atine ao combate à corrupção
endêmica”, diz no movimento em nota.

Uma decisão liminar (provisória) do ministro Luiz Fux,
proferida em setembro 2014, garantiu o pagamento do auxílio-moradia a todos os
juízes do país, estaduais ou federais, independentemente de terem residência
própria ou não. Ele entendeu que o benefício está previsto na Lei Orgânica da
Magistratura. O mérito dessa decisão é que irá a julgamento no plenário do STF
em 22 de março.

Como não é considerada oficialmente como remuneração, o
auxílio não entra no cálculo do teto constitucional vigente sobre o salário de
todos os servidores públicos, que não pode ultrapassar os proventos recebidos
por ministros do STF, atualmente de R$ 33,7 mil.

Em decorrência de benefícios como o auxílio-moradia,
praticamente em todos os tribunais do país há magistrados que recebem acima do
teto, mostram dados sobre as folhas de pagamento recentemente divulgados pelo
Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Nem todos os membros da magistratura brasileira aderiram ao
movimento. No início do mês, o Conselho dos Tribunais de Justiça, composto
pelos presidentes das justiças estaduais, criticou o movimento dos juízes
federais, embora tenha defendido a manutenção do auxílio-moradia. A Ordem dos
Advogados do Brasil no Distrito Federal disse que irá acionar o CNJ para que
puna os magistrados que não foram trabalhar nesta quinta-feira.

 Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/G1/Junior Feitosa)

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