Na contramão do esperado, atentado em Brasília não derrete mercado

Ataque terrorista ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF impactou menos do que a eleição e posse do presidente Lula (PT)

Postado em: 10-01-2023 às 09h00
Por: Felipe Cardoso
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Ataque terrorista ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF impactou menos do que a eleição e posse do presidente Lula (PT). | Foto: Marcelo Camargo/ABr

Investidores de todo o País dormiram, no domingo (8/1), ansiosos pelo início da última segunda-feira (9). Isso porque o final de semana foi marcado por uma horripilante invasão de vândalos radicais ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF). E, como todos sabem, cenários de instabilidade política refletem diretamente no mundo dos negócios. 

A expectativa, ainda na noite de domingo, era que a confusão resultasse na imediata queda das ações na Bolsa (B3). Uma derretida se tornou ainda mais esperada quando o governo federal optou por uma intervenção federal na segurança do Distrito Federal até o dia 31 de janeiro. 

A decisão, na prática, retirou das mãos do governador Ibaneis Rocha (MDB) o controle da segurança pública do DF. Com isso, policiais militares, civis e bombeiros passaram a agir sob o comando da União. 

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Especialistas apontavam para uma reação negativa do mercado. Conforme mostrado pelo e-investidor, do Estadão, o analista Luis Novaes esperava, por exemplo, um maior receio por parte dos investidores, especialmente os estrangeiros, diante do que chamou de “riscos políticos”. 

Já o gestor da Galapagos Capital, Ubirajara Silva, declarou ao veículo que a semana poderia começar “tumultuada”. “Começamos com algumas declarações de ministros e do futuro presidente da Petrobras sendo mal interpretadas e o mercado caindo bastante”. 

Era, de fato, o que se esperava, especialmente depois de uma recuperação considerável da Bolsa na semana anterior. Mas o mercado foi na contramão do que previam os analistas e investidores. Logo após a abertura das negociações, ou seja, a partir das 10h, a bolsa se manteve no vermelho por pouco mais de 2h30. Depois, voltou à estaca zero e, daí em diante, só subiu.

A B3 fechou as negociações em 109 mil pontos. Uma alta de 0,46% em relação ao início do pregão de segunda. O Dólar, por sua vez, teve uma tímida alta ao longo da maior parte do dia. O valor da moeda americana em Real era de R$ 5,23 até o último final de semana. Nas primeiras horas da segunda-feira, chegou a casa dos R$ 5,31 (guinada de 1,5% em relação a abertura) mas por volta das 15h voltou a cair e fechou o dia em R$ 5,26, o que representa uma variação de R$ 0,03. 

Chama atenção o fato do atentado registrado em Brasília impactar menos do que a eleição do presidente Lula (PT) em outubro do ano passado. Conforme mostrado pela CNN Brasil, as empresas listadas na B3 perderam mais de R$ 500 bi em valor de mercado desde o fim da eleição, em 30 de outubro.

O portal também rememora que no pregão de segunda-feira (2/1), ou seja, o primeiro depois da posse do petista, o Ibovespa afundou 3% e o Dólar subiu 1,5%. Um dia depois (terça-feira, 3), o indicador caiu mais 2%, retomando ao nível dos 104 mil pontos. A moeda americana, por sua vez, subiu mais 1,8% em relação ao dia anterior, chegando aos R$ 5,45, maior valor em cinco meses. 

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