Nome de Rogério Cruz para presidência do Republicanos é visto com desconfiança

Diferentemente de Caiado e Daniel Vilela, presidentes do UB e MDB, Cruz não teria a oportunidade de dialogar constantemente com lideranças de diferentes regiões do estado

Postado em: 14-01-2023 às 08h30
Por: Felipe Cardoso
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Diferentemente de Caiado e Daniel Vilela, presidentes do UB e MDB, Cruz não teria a oportunidade de dialogar constantemente com lideranças de diferentes regiões do estado. | Foto: Câmara de Goiânia

O prefeito Rogério Cruz tende a enfrentar certa resistência caso decida trabalhar de maneira mais incisiva para assumir o comando do Republicanos em Goiás. Conforme apurado pela reportagem do O HOJE, de olho na reeleição, em 2024, o prefeito da capital deve buscar presidência do partido ou se filiar no União Brasil, de Ronaldo Caiado.

Quanto à primeira alternativa, o atual presidente, João Campos (Republicanos), confirmou o interesse de Cruz na cadeira. Diversos fatores, porém, se apresentam como verdadeiros empecilhos para que o prefeito alcance a tão almejada posição dentro da sigla. Segundo lideranças consultadas pela reportagem, um fator de peso passa justamente pelo exercício de prefeito da Capital. 

“Como prefeito de Goiânia, Rogério estaria, de certa forma, engessado. Seria um trabalho mais focado na construção pessoal do que partidária. Na posição que está hoje, de prefeito, fica dificil viajar pelo estado, conversar com as lideranças, articular no interior para aglutinar pelo partido”, disse um dos consultados. 

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A fonte, no intuito de deixar ainda mais clara a situação, fez um comparativo: “é diferente de se ter como presidente um governador, como Ronaldo Caiado [presidente do União Brasil]; um vice, como Daniel Vilela [presidente do MDB]. São políticos que viajam por Goiás, que estão em contato com pessoas dos 246 municípios. No caso do Rogério, não. O que vejo seria uma tomada de posição pela simples busca pela reeleição e não para consolidação e ampliação do partido”.

João Campos, vale lembrar, conclui seu mandato de deputado federal por Goiás em 1o de fevereiro. Ele confirmou ao Jornal que deixará o cargo ainda neste semestre. “Está definido que deixarei a presidência. O partido passará por reestruturação de sua direção em nove estados. O presidente [nacional do Republicanos] Marcos Pereira e eu já dialogamos sobre isso”, relatou sem citar os Estados. 

Ainda segundo ele, pelo menos quatro nomes se colocaram à disposição para substituí-lo. “Compete exclusivamente ao  Marcos definir quem me sucederá. Já se manifestaram com esta pretensão: Rogério Cruz, Rafael Gouveia, Jeferson Rodrigues e Hildo do Candango.”

Dentre os pretendentes, o deputado federal Jeferson Rodrigues é visto como o favorito. O parlamentar garantiu a única vaga do Republicanos na Câmara Federal. Ele teve 56 mil votos na disputa de 2022. Independentemente de quem se confirmar como novo presidente, a missão será uma só: a de reestruturar o partido em solo goiano.

União Brasil 

Conforme mostrado pelo O HOJE, uma fonte ligada ao prefeito confirmou que também existem conversas sobre a  possibilidade de mudança de sigla. Caso Rogério decida deixar o Republicanos, é provável que se filie ao partido do governador. Cruz, vale lembrar, declarou apoio à reeleição de Caiado mesmo tendo o Republicanos acompanhado a candidatura de oposição, encabeçada pelo ex-prefeito de Aparecida de Goiânia e ex-candidato ao governo, Gustavo Mendanha (Patriota) – João Campos foi candidato ao Senado por este grupo. 

A avaliação é que, naturalmente, o governador Ronaldo Caiado o apoiaria à reeleição caso estivessem no mesmo partido — o que muitos duvidam apesar de lideranças próximas ao prefeito apostarem nesse sentido. Isso, por sua vez, frustraria planos do deputado estadual Bruno Peixoto (União Brasil), que, segundo fontes, também intenta disputar a prefeitura de Goiânia com o apoio do chefe do Executivo estadual. Apesar das conversas já ocorrerem há algum tempo, a migração de partido ainda é uma possibilidade, todavia, admitida por interlocutores. 

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