O que Flávio Dino quer da segurança pública do DF

Ministro da Justiça sugere propostas de mudança no modelo de segurança em Brasília após atos golpistas

Postado em: 14-01-2023 às 10h30
Por: Yago Sales
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Ministro da Justiça sugere propostas de mudança no modelo de segurança em Brasília após atos golpistas. | Foto: José Cruz / ABr

A repercussão dos ataques de vândalos e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro à Praça dos Três Poderes colocou em pauta a mudança no sistema de segurança pública. A ideia foi levantada pelo ministro da Justiça Flávio Dino. 

De acordo com Dino, algumas sugestões têm sido discutidas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, deve recebê-las em dez dias. Caberá ao petista dar aval, ou não, às propostas que devem ser enviadas ao Congresso Nacional. Ainda não é certo se como projeto de lei ou medida provisória. O que é consenso: vão passar por discussões em audiências públicas. 

A reportagem tentou ouvir parlamentares que assumem no dia 1° de fevereiro, mas alguns deles preferem alguns esclarecimentos para emitir alguma opinião. Um deles, mais ligado ao bolsonarismo, disse que não comentaria nada “deste governo”. 

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“Estamos discutindo temas. Ainda não há nenhuma definição quanto ao conteúdo dessas medidas que, claro, dependerão da apreciação do presidente Lula e do tipo de diálogo que ele manterá com o Congresso Nacional”, disse Dino a um grupo de repórteres.

Ainda de acordo com o ministro, a ideia é que as mudanças busquem reforçar a autoridade do governo federal em um complemento da intervenção na segurança pública no Distrito Federal, em particular na área central da capital federal, onde ficam o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), além de vários ministérios e outros órgãos públicos.

“Vamos, provavelmente, propor algo que reforce a autoridade do governo federal, principalmente no que se refere à sede dos Três Poderes, à Esplanada dos Ministérios”, declarou Dino. O ministro ressaltou que de nenhuma maneira será desrespeitada a autonomia do Distrito Federal.

A principal justificativa é que, por ser a capital federal e abrigar alguns dos principais órgão públicos do país, além de representações diplomáticas de outras nações, Brasília recebe, da União, recursos financeiros especialmente para incrementar a segurança local.

“Este modelo constitucional mostrou-se insuficiente diante da gravidade dos eventos que ocorreram [no domingo, dia 8 de janeiro]”, afirmou Dino. Ele lembrou dos ataques ao patrimônio público, com ameaças à integridade de servidores públicos, jornalistas e das próprias pessoas que acompanhavam o ato antidemocrático.

Dino sugeriu ainda que a mudança pode contar com a criação da guarda nacional que deverá atuar permanentemente em uma região delimitada, como a Esplanada dos Ministérios – inclusive dar pitaco sobre a escolha de secretários de segurança do Distrito Federal. 

“Há várias ideias possíveis, mas nenhuma já definida. Estamos debatendo internamente, no Ministério da Justiça e em dez dias teremos o conteúdo das propostas”, disse Dino. “Concluída a elaboração dos textos de propostas de mudanças legislativas, o pacote será encaminhado à apreciação do presidente da República que, obviamente, conduzirá as deliberações em entendimento com os presidentes [da Câmara dos Deputados] Arthur Lira e [do Senado] Rodrigo Pacheco”, explicou Flávio Dino.

“Haverá, seguramente, um projeto sobre internet já que os crimes de ódio político, de terrorismo político e contra o Estado democrático de direito estão largamente fluindo por intermédio da internet e consideramos que é preciso uma regulação para, assim, prevenirmos novos eventos [como os de domingo] no Brasil”, disse, ainda, Flávio Dino, que tem atuado constantemente desde o ato golpista em Brasília para resolver a situação, sobretudo após a vacância de autoridade do Distrito Federal. 

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