Prisão de Anderson Torres é aviso a radicais 

Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro é 1° integrante de governo anterior preso

Postado em: 16-01-2023 às 08h00
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: <strong>Prisão de Anderson Torres é aviso a radicais </strong>
Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro é 1° integrante de governo anterior preso. | Foto: Valter Campanato

Depois de ser preso ao desembarcar em Brasília sob um mandado de prisão, o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, ficou em silêncio ao ser questionado por um jornalista. A postura se repetiu entre os bolsonaristas graúdos – os que não foram obrigados por liminar nas redes sociais. 

Preocupado com a forma com que o judiciário e o governo Lula têm se debruçado diante de qualquer ato após quebradeira em Brasília desmotiva qualquer defesa, inclusive caciques do bolsonarismo que têm timidamente ido às redes sociais criticar o modus operandi em que os terroristas foram presos em um ginásio em Brasília. 

Enquanto as redes sociais apontam imagens, nomes e cidades de milhares de terroristas, grupos da Polícia Federal, da intervenção da segurança do Distrito Federal e do Ministério da Justiça de Flávio Dino estão focados na identificação e penalização dos autores.  

Continua após a publicidade

O silêncio dos radicais mais “famosos” é estimulado por este clima de caça às bruxas após apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadirem e destruírem os prédios na Praça dos Três Poderes. Foi neste sentido que Anderson foi preso. 

Recém-nomeado ao posto de secretário de Segurança Público pelo governador Ibaneis Rocha, Torres viajou aos Estados Unidos e, por isso, é acusado de não ter feito nada – ou ter contribuído até – com a quebradeira em nome do argumento falso de fraudes nas eleições que deu a Luiz Inácio Lula da Silva o terceiro mandato.

Anderson chegou a Brasília às 23h30 de sexta-feira. Na ocasião, foi montado um forte esquema de segurança com o comboio. Por outro lado, a prisão foi feita sem nenhuma exposição ao ex-ministro, como é feito em casos de grande repercussão, o que rendeu elogios à Polícia Federal. 

O ex-ministro teve a prisão decretada no dia 10 de janeiro, dois dias depois dos atos terroristas em Brasília. A decisão é do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após a aplicação de intervenção federal na Segurança Pública do DF, seguido do afastamento, por 90 dias, do governador Ibaneis Rocha. 

Anderson é acusado de omissão e de facilitação aos atos terroristas que terminou com a invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. 

Para piorar, a Polícia Federal encontrou na casa do ex-ministro uma minuta que deveria ser publicada para intervir no resultado do pleito que derrotou o ex-chefe Jair Bolsonaro. 

O documento previa que um estado de defesa seria cumprido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar invalidar o resultado das eleições, alegando que houve fraude no processo eleitoral. O argumento falacioso tem sido sustentado desde 2018 por Jair Bolsonaro. 

E foi o que fez também durante todo o período em que esteve à frente da Presidência da República e, evidentemente, durante a pré e a campanha eleitoral que terminou com a não reeleição de Bolsonaro. 

Veja Também