Segunda-feira, 01 de julho de 2024

PP adia decisão sobre aliança

Sem consenso, presidente nacional do partido marcou para terça-feira nova reunião para definir quem vai apoiar nas eleições em Goiás

Postado em: 22-03-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Sem consenso, presidente nacional do partido marcou para terça-feira nova reunião para definir quem vai apoiar nas eleições em Goiás

Venceslau Pimentel

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O senador e presidente nacional do Partido Progressista (PP), Ciro Nogueira (PI), adiou para a próxima terça-feira a decisão do partido sobre alianças em Goiás nas eleições deste ano.Na reunião de ontem, na sede do partido, em Brasília, convocada por Nogueira, os deputados federais Roberto Balestra, Sandes Júnior e Alexandre Baldy, ministro das Cidades, além do senador Wilder Morais, não chegaram a um consenso.

Nogueira já manifestou simpatia por uma composição com o deputado federal e presidente do MDB Daniel Vilela, mas defende que a definição fique para a convenção do partido, que deve acontecer no início de agosto. A sugestão foi bem recebido pelos parlamentares goianos, segundo adiantou Sandes Júnior.

A possibilidade de antecipação de uma posição do PP no processo sucessório no Estado passou a ser cogitada depois que Wilder ouviu do governador Marconi Perillo (PSDB) que ele não teria espaço na chapa majoritária, que será encabeçada pelo vice-governador José Eliton (PSDB). As duas vagas ao Senado serão destinadas a Marconi e à senadora Lúcia Vânia (PSB).

Com isso, Wilder – que preside o diretório estadual do PP – passou a cogitar uma aliança com Daniel Vilela, negociando uma das duas vagas na chapa para o seu projeto de reeleição. O senador, que era suplente, assumiu a cadeira de Demóstenes Torres (eleito pelo DEM, mas agora filiado ao PTB), que foi cassado por conexão com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Há uma queda de braço no PP estadual, que se acirrou agora com a filiação de Baldy ao partido. Como fazem parte da base aliada desde a vitória de Marconi, nas eleições de 1998, Balestra e Sandes tendem a defender a manutenção da aliança, com apoio integral a Eliton.

Na outra ponta estão Wilder e Baldy, que têm conversado com Daniel Vilela e não se furtam em dialogar com o senador e presidente do DEM Ronaldo Caiado. O detalhe é que na terça-feira, ao receber o apoio de prefeitos dissidentes do MDB – Adib Elias, de Catalão; Ernesto Roller, de Formosa; Paulo do Vale, de Rio Verde; Renato de Castro, de Goianésia; e Fausto Gonçalves, de Turvânia – além do deputado José Nelto, Caiado acenou com duas vagas ao partido: a vice e uma ao Senado, de livre escolha de Vilela.

O processo se embola ainda mais com as conversações que Daniel Vilela vêm mantendo com o presidente do PSD Vilmar Rocha, que também deve manter diálogo com Caiado, de quem foi aliado quando era filiado ao DEM. Rocha tenta se viabilizar como candidato ao Senado, cacifado com os 2 milhões de votos conquistados na disputa de 2014. (*Especial para O Hoje) 

Apoio a Caiado provoca reação de emedebistas 

O ato organizado pelo deputado estadual José Nelto e cinco prefeitos do MDB em favor da pré-candidatura do senador Ronaldo Caiado ao governo do Estado provocou reação de outras lideranças do partido. Deputados, prefeitos e vereadores do MDB criticam os filiados que, segundo eles, agem para desagregar a oposição e reafirmam apoio à pré-candidatura do deputado federal Daniel Vilela ao governo de Goiás. 

As lideranças afirmam que a maioria absoluta dos partidários permanece firme em defesa do ideal do MDB e de sua tradição de ter candidaturas próprias e de ser a única oposição legítima ao grupo que atualmente governa o Estado. Na terça-feira os deputados estaduais Paulo Cezar Martins e Wagner Siqueira já tinham ocupado a tribuna para reagir ao evento dos dissidentes. “O MDB tem que ser respeitado e aqueles que não aceitam o estatuto do partido, que façam suas desfiliações e vão apoiar quem quiser”.” Não se perde o que não se tem”, disse Wagner Siqueira. Para ele, “Goiás precisa de um governante que priorize a tecnologia como ferramenta de tomada de decisão”. 

Ontem, o presidente da Câmara de Goiânia, Andrey Azeredo, disse que o MDB tem pré-candidato e que a minoria insatisfeita não vai se impor à escolha da maioria. “O MDB tem um excelente pré-candidato colocado, que é Daniel Vilela, e que será homologado na convenção do partido no momento adequado e será, com a vontade do povo e as bênçãos de Deus, o nosso futuro governador. Não pensem aqueles que estão insatisfeitos que vão minar a pré-candidatura de Daniel Vilela, porque não conseguirão.”

O vereador Clécio Alves subiu na tribuna para defender o pré-candidato do MDB e fez duras críticas ao movimento dissidente, sugerindo que, se querem apoiar candidatura de outro partido, que deixem o MDB. “Daniel Vilela não é adversário. Nosso adversário está no Palácio das Esmeraldas e o momento político é de mudar o Estado. E acreditamos que essa mudançanão é com nenhum outro nome.” 

O ex-governador Maguito Vilela também defende a saída dos descontentes com a decisão da maioria do MDB. “Cada um tem o direito de apoiar a candidatura que quiser, então aqueles que querem apoiar outras candidaturas que não a do MDB, que saiam, se filiem ao partido que acreditam ter o melhor projeto. A maioria do MDB está com o nome do partido e quem promove um evento agora para defender nome de fora é desagregador.” Maguito lembra ainda que o partido é o único que está há 20 anos na oposição ao governo Marconi Perillo.

 

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