Raquel Dodge pede que STF negue habeas corpus preventivo de Lula

Julgamento de hoje será decisivo para Lula em função da confirmação de que o TRF4, sediado em Porto Alegre, julgará o último recurso de Lula contra a condenação a 12 anos e um mês de prisão

Postado em: 22-03-2018 às 15h50
Por: Victor Pimenta
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Julgamento de hoje será decisivo para Lula em função da confirmação de que o TRF4, sediado em Porto Alegre, julgará o último recurso de Lula contra a condenação a 12 anos e um mês de prisão

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu hoje
(22), no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) que seja negado o habeas
corpus preventivo com o qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer
evitar sua prisão após condenação na segunda instância da Justiça Federal no
caso do tríplex no Guarujá (SP).

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), com sede em
Porto Alegre, determinou a execução imediata da pena de 12 anos e 1 mês a qual
Lula foi condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, logo após
esgotados os recursos na segunda instância. Para Dodge, tal decisão tem total
respaldo na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF).

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Ela fez um histórico das decisões do Supremo, que em 2016
estabeleceu em três ocasiões – no julgamento de um habeas corpus, de um recurso
extraordinário e de medidas cautelares em ações declaratórias de
constitucionalidade – a possibilidade de execução antecipada da pena, logo após
findados os recursos na segunda instância.

“É fato que ao lado do princípio de presunção da inocência, a
Constituição brasileira, como fez também a Convenção dos Direitos Humanos,
estabeleceu o princípio do duplo grau de jurisdição. E o que esta Corte decidiu
é que esgotado o duplo grau de jurisdição, pode ter início a execução da pena,
porque findo o exame da matéria completa que é levada em uma ação penal, e cede
lugar o princípio de presunção de inocência ao princípio de segurança pública”,
disse Dodge.

A defesa de Lula, que se manifestou antes de Dodge, argumenta
no habeas corpus que as decisões do Supremo, até o momento, não servem para
todos os casos. Os advogados pedem que seja garantida a liberdade do
ex-presidente ao menos até que sejam julgados os méritos finais de duas ações
declaratórias de constitucionalidade (ADC), uma delas aberta pelas Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), que versam sobre o assunto.

Ontem (22), a ministra Cármen Lúcia, a quem cabe estabelecer
a pauta de julgamentos, negou um apelo da OAB para que as ADCs sobre a segunda
instância fossem julgadas nesta quinta-feira. Em sua fala, Dodge apresentou também
argumentos processuais para pedir que seja negado o habeas corpus de Lula,
afirmando que o pedido de liberdade foi protocolado antes da decisão da Quinta
Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que negou outro habeas corpus de
Lula. Isso, para a procuradora-geral da República, prejudica o HC protocolado
no STF.

Após as sustentações orais de defesa e acusação a sessão
plenária do STF foi suspensa para intervalo regimental, após será proferido o
voto do ministro-relator, Edson Fachin.

O julgamento de hoje será decisivo para Lula em função da
confirmação de que o TRF4, sediado em Porto Alegre, julgará o último recurso de
Lula contra a condenação a 12 anos e um mês de prisão na ação penal do triplex
do Guarujá (SP), no âmbito da Operação Lava Jato.

 Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/Reuters/Ueslei Marcelino)

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