Iris reafirma apoio a Daniel

Prefeito admite que não conseguiu convencer pré-candidatos do MDB e DEM a abrir mão de suas pretensões em nome da união das oposições

Postado em: 24-03-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Prefeito admite que não conseguiu convencer pré-candidatos do MDB e DEM a abrir mão de suas pretensões em nome da união das oposições

Venceslau Pimentel


Três dias após a ala dissidente do MDB, formada por cinco prefeitos e por um deputado estadual, promover ato em apoio à pré-candidatura do senador Ronaldo Caiado (DEM) ao governo do Estado, o prefeito Iris Rezende decidiu, ontem, declarar apoio ao postulante do seu partido, o deputado federal Daniel Vilela.

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“O PMDB terá o seu candidato. Vou apoiar o candidato do MDB”, disse, sem citar o nome de Daniel, em entrevista à imprensa durante a frente de serviços no Setor Santos Dumont, em Goiânia. Iris admitiu que não conseguiu convencer nem Daniel nem Caiado a desistir da pré-candidatura ao Palácio das Esmeraldas.

“Lutei até anteontem para fazer um acordo entre os dois. Mas disse lá atrás que se não conseguisse o meu apoio seria definido pelo meu candidato do MDB. Eu não consegui”, reconheceu o prefeito, se referindo ao encontro que promoveu em sua residência com os dois pré-candidatos, no domingo passado, dois dias antes do ato em apoio ao senador, realizado na Assembleia Legislativa, de iniciativa dos prefeitos Adib Elias, de Catalão; Ernesto Roller, de Formosa; Paulo do Vale, de Rio Verde; Renato de Castro, de Goianésia; e Fausto Gonçalves, de Turvânia, além do deputado José Nelto.

Ao ser questionado porque não se decidira, por exemplo, por apoio ao aliado Ronaldo Caiado, com quem fechou aliança nas eleições de 2014, quando o democrata foi eleito senador e teve o apoio retribuindo no pleito de 2016 pela prefeitura da capital, o prefeito foi incisivo. “Ele tem o seu partido e decidiu ser candidato. Daniel tem o seu partido e decidiu ser candidato. E eu sou de qual partido?”, indagou, para em seguida ele mesmo responder. “Eu sou filiado ao MDB. Então não se discute. Eu disse isso com muita clareza”.

Sobre especificamente o movimento dissidente, ele disse que se trata de uma ação política natural, historiando que ingressou na política há quase 60 anos, como vereador em Goiânia. “Vou completar agora em outubro 60 anos de prática política. Em outubro de 1958 fui eleito vereador e não parei até hoje, de forma que vejo essas questões com muita naturalizada”, ponderou.

Iris frisou que a política é um “mundo efervescente”, onde, em muitas questões, os interesses pessoais se sobrepõem aos de interesse público. “É por isso que vejo isso com naturalidade”, arrematou.

De todo modo, em entrevista durante de apoio à sua pré-candidatura, Ronaldo Caiado comentou que o primeiro passo a ser favor já havia sido dado, pela ala dissidente emedebista, e que o segundo viria na convenção partidária, em julho ou agosto. 


Ex-prefeitos defendem expulsão de dissidentes 

Em reunião, ontem, na sede do diretório estadual, Daniel Vilela conversou com ex-prefeitos que, segundo ele, defenderam a unidade do partido, em meio a atritos com prefeitos dissidentes que apoiam o senador Ronaldo Caiado.

Conforme a assessoria do deputado, 53 ex-prefeitos, vice-prefeitos e vereadores falaram em unidade e lealdade ao MDB. “Sempre defendi que para construir um bom projeto político é imprescindível aliar as boas experiências com as novas ideias da juventude. Por isto faço questão de termos este diálogo direto com vocês”, disse o parlamentar.

Para o deputado Paulo Cezar Martins, por exemplo, Daniel tem feito trabalho inédito de suporte aos candidatos a prefeito em 2016. “Daniel compartilhou a estrutura do partido e lutou muito nas eleições municipais, provando que é um homem leal ao MDB. Com muita humildade, ele andou o ano passado todo o Estado ouvindo as opiniões das nossas lideranças e a militância antes de aceitar o chamado para ser pré-candidato. É o melhor perfil para liderar nosso projeto”, discursou.

Já o ex-prefeito de Jataí Humberto Machado classificou como surpreendente o amadurecimento político de Daniel. “Temos tido reuniões com alguns grupos para discutir plano de governo e sempre ficamos todos impressionados pela forma como Daniel debate com propriedade os mais diversos temas, sempre propondo soluções inovadoras”, afirmou. “Maguito, você foi um grande governador e um grande prefeito, mas o Daniel vai ser ainda melhor do que você”, arrematou.

Também não faltou sugestão para expulsão dos que apoiam Caiado.“Não podemos admitir tumulto dentro da nossa própria casa”, pontuou o ex-prefeito de Trindade, Ricardo Fortunato.

No entanto, Daniel Vilela procurou evitar o confronto. “Todos têm o direito de divergir, mas acho que fizeram a discussão de forma equivocada, se precipitaram. A minoria não pode querer impor seu desejo à maioria do partido. Mas vamos dialogar, com muita humildade, e mostrar para eles que podemos estar juntos e formar uma grande frente de oposição em Goiás”, afirmou. 

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