Novo comandante do Exército pediu crédito de confiança a Lula

Segundo o ministro, Tomás pediu para tomar à frente das discussões com o Exército sobre o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

Postado em: 24-01-2023 às 15h11
Por: Luan Monteiro
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Segundo o ministro, Tomás pediu para tomar à frente das discussões com o Exército sobre o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). | Foto: Valter Campanato/Agência Brasi

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou, em entrevista a GloboNews, que o novo comandante do Exército, Tomás Paiva, pediu ao presidente Lula (PT) um “crédito de confiança” para solucionar a crise entre a Força Armada e o Governo Federal.

Segundo o ministro, Tomás pediu para tomar à frente das discussões com o Exército sobre o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Cid é investigado por suspeita de comandar uma espécie de caixa 2 em favor da família de Bolsonaro.

“Estou torcendo para que o general Tomás vá dizer ao presidente que vai fazer aquilo que o presidente deseja que faça. A gente precisa que agora, para que nasça esse clima de confiança, de que o outro saiba o que vai se fazer, é muito importante que essa iniciativa seja do Exército”, disse o ministro.

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O novo comandante do Exército teria dito a Lula que gostaria de virar a página dos ataques às sedes dos Poderes. “O general disse que precisava de um crédito de confiança para que a gente coloque as coisas no lugar. Está sendo dado esse crédito de confiança, com votos para que tudo volte ao normal.”

Nesta terça-feira (24), Tomás deve conduzir a primeira reunião do Alto Comando do Exército como comandante. Um dos assuntos que devem ser tratados é o futuro de Cid na Força.

“O general Tomás pediu para que ele tomasse à frente para decidir o que é que vai fazer. Mas que tomará as providências e combinará comigo e com o presidente”, disse Múcio.

O ministro também disse que tentou tratar o assunto com o ex-comandante do Exército, mas que houve “muita dificuldade”. “Há um espírito de corpo muito forte, há ambiente político também muito forte”, disse.

Segundo ele, o Exército deve analisar a situação de Cid e decidir sobre sua permanência. “Nós não estamos querendo condenar ninguém por especulação, não cometer injustiça, mas tenho absoluta certeza que se tiver algum fato comprovado, isso deverá ser adiado [nomeação do Cid], postergado, alguma coisa vai acontecer.”

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