Eduardo Leite: a fênix do PSDB para 2026

Paira no ninho tucano a esperança de reconstrução da legenda

Postado em: 27-01-2023 às 08h00
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Eduardo Leite: a fênix do PSDB para 2026
Paira no ninho tucano a esperança de reconstrução da legenda. | Foto: Maurício Tonetto

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) esteve em Goiás na última quinta-feira (26/1). Em cerimônia na Assembleia Legislativa, o gestor foi homenageado com o título de cidadão goiano. O encontro reuniu lideranças tucanas de todo o estado, dentre elas o ex-governador, Marconi Perillo (PSDB). O presidente nacional do partido, Bruno Araújo, também marcou presença.

O que mais chamou atenção em meio aos diversos discursos foi à projeção nacional das lideranças acerca do governador gaúcho. Todos que discursaram, em algum momento, vislumbraram o país sendo dirigido por Leite a partir de 2026. 

A reportagem do O HOJE conversou com algumas dessas lideranças após o encontro. A leitura é que paira no ninho tucano uma espécie de esperança de reconstrução da legenda. Leite é visto, segundo as mesmas fontes, como o elo capaz de devolver ao PSDB o protagonismo e pujância que o partido viu escapar por entre os dedos ao longo dos últimos anos. 

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Ao discursar, o ex-governador Marconi Perillo disse que Eduardo Leite representa o equilíbrio, a moderação e a coragem de enfrentar desafios. “Estou seguro que o senhor haverá de dar muitas alegrias e exemplos ao Brasil, não só como governador, mas como presidente da República, estou seguro disso. E o senhor contará, como companheiro de partido, em qualquer circunstância, com a nossa lealdade”, disparou da tribuna o ex-governador. 

O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, por sua vez, provocou uma reflexão: “existem eleições que quem perde, ganha de maneira mais sólida para o futuro”. O tucano se referia às prévias do PSDB onde Leite saiu derrotado pelo então governador de São Paulo, João Dória, que depois desistiu de disputar a presidência. O Brasil, segundo ele, a partir daquele momento passou a prestar mais atenção no governador. “Houve a consolidação de um novo nome, uma nova esperança da política nacional”. 

O autor do encontro, deputado Gustavo Sebba (PSDB), também falou sobre as prévias de 2022, momento em que Leite, segundo ele, conquistou ainda mais a confiança e estima de prefeitos, vereadores e deputados Brasil afora. “Te garanto que não há nesse País um homem público mais experiente e capacitado do que o Marconi para aconselhá-lo nos desafios que o senhor vai enfrentar nos próximos anos. Não está aqui, entre nós, apenas um presidenciável. Está aqui, entre nós, o futuro presidente da República do nosso País”. Helio de Sousa e Lêda Borges foram na esteira. A tucana, que foi eleita deputada federal pelo PSDB em outubro de 2022, disparou: “Que a experiência aliada a sua juventude o leve não só à presidência do partido, mas à presidência deste País”.

Protagonista de uma ala mais jovem do PSDB, a vereadora Aava Santiago avaliou a construção de um cenário que permita a reinserção do PSDB entre os grandes. “É importante que o partido volte a falar com a musculatura de quem tem candidato”. Ela, que é, inclusive, uma das grandes defensoras da aproximação do partido com o Governo Federal, encabeçado pelo presidente Lula (PT), diz que isso não é sinônimo de adesão irrestrita. “Construir agendas comuns não significa adesismo. O PSDB tem condições e quadros tanto para ajudar o governo, quanto para disputar as eleições que virão”. 

O governador gaúcho tem, por sinal, um discurso parecido. Apesar de não mencionar qualquer partido ou liderança política, chamou atenção, ao discursar na Alego, para a necessidade de um país mais homogêneo. “A serenidade, sensatez e moderação pautam a atividade pública. Ao contrário do que muitos pensam, isso não significa ficar em cima do muro, significa lutarmos para que não se ergam muros entre nós. Somos um só povo e buscamos um caminho comum”.

Em outro trecho, o gestor considerou que vivemos em um momento de tensão política. “Parecem querer mais apontar os culpados do que as soluções. Enquanto brasileiros brigam com brasileiros, o povo continua passando fome, com dificuldades para achar empregos e para olhar para o horizonte com a confiança de que estamos indo em uma direção melhor”. 

Encontro com Caiado

Após a solenidade na Alego, o governador gaúcho seguiu para uma reunião com o governador Ronaldo Caiado (UB). Dentre os assuntos tratados pelos gestores esteve a perda na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), sofrida pelos estados desde o ano passado. O assunto, inclusive, deve nortear o primeiro encontro entre governadores e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marcado para esta sexta-feira (27).

“A pauta não é regional, ela é nacional, já que todos perderam uma fatia muito grande na sua capacidade de arrecadação”, declarou Caiado. Ainda durante a audiência no Palácio das Esmeraldas, o chefe do Executivo goiano explicou ao gaúcho que Goiás, por exemplo, perde 39% da sua capacidade de arrecadação. “Um buraco de R$ 5,5 bilhões/ano que é retirado dos cofres do Estado”, afirmou o gestor. 

Anunciada pelo governo federal em junho do ano passado, por meio da Lei Complementar 194/2022, a alteração de alíquota do ICMS incide sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações. Tal redução impactou diretamente os estados, pois trata-se da principal fonte de arrecadação estadual e não houve, à época, nenhuma previsão de compensação.

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