Se não assumir liderança, Talles Barreto pode ficar a ver navios 

Fontes próximas dos integrantes do Legislativo disseram ao O HOJE que cresce a possibilidade de Wilde Cambão, representante do entorno, ser indicado à liderança do governo na Casa de Leis

Postado em: 31-01-2023 às 08h30
Por: Francisco Costa
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Fontes próximas dos integrantes do Legislativo disseram ao O HOJE que cresce a possibilidade de Wilde Cambão, representante do entorno, ser indicado à liderança do governo na Casa de Leis. | Foto: Agência Alego

Nos bastidores da política goiana circula a informação de que o deputado Wilde Cambão (PSD) tem ganhado musculatura na corrida pela liderança do governo Ronaldo Caiado (União Brasil). Como todos sabem, Cambão é um dos cotados para a liderança do governo na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) a partir da instauração da nova mesa diretora, prevista para o próximo dia 1° de fevereiro. 

Na raia ao lado, no entanto, está o nome de Talles Barreto (UB). Ele, por sinal, desde que as conversações sobre a composição da mesa começaram, no final do ano passado, figura, nos bastidores, como principal nome para assumir o posto. No final de dezembro, Talles chegou a dizer ao O HOJE que não estaria articulando para ocupar o posto, mas que tinha “muita disposição” para ajudar o governador, caso Caiado entendesse como necessário. 

“A decisão de ser líder é do governador. O líder é, especificamente, uma escolha de Ronaldo Caiado”, reforça e completa: “Tenho quatro mandatos. Caso ele entenda que sim [pelo cargo], tenho muita disposição em ajudar.” Ainda segundo Talles, não seria tarefa fácil substituir Bruno Peixoto na função. Mas ele ressaltou que é um soldado e que se for a vontade de Caiado, assume o desafio. 

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Vale lembrar que durante mais da metade da última legislatura, Talles foi oposição ao governador. Filiado ao PSDB até a janela partidária, especialmente no começo do mandato, ele fez duras críticas ao gestor, principalmente em relação ao discurso de terra arrasada usado em relação aos antecessores José Eliton (PSB) e Marconi Perillo (PSDB). 

Atualmente, Talles mantém um discurso mais afinado com a atual gestão. Segundo ele, sempre teve uma ótima relação com Caiado. “Trabalhei mais de 14 anos com ele, desde a campanha de 1994. Sempre atuei dentro da frente liberal, uma atuação forte e respeitosa com o Ronaldo. Fiquei na oposição tanto que ele, em alguns discursos, disse que eu era cira dele. Aprendi a fazer política com o Ronaldo. Agora busquei novos caminhos e, quando ele me chamou pra base e disse que precisava de mim, acreditei na postura dele.”

Barreto reforçou, na mesma entrevista concedida no final de dezembro, que teve um papel importante nas pautas deste ano. “Fui relator em praticamente todas as matérias polêmicas. Relatei a reestruturação das Organizações Sociais da Saúde, ajudei no Refis…”, exemplificou à época. 

Em paralelo, Cambão fez questão, durante todo o tempo em que rumores sobre o assunto  foram ventilados, de afastar qualquer indício de articulação da sua parte. No mesmo período, enfatizou que não “disputaria” a liderança com Talles. Ele reforçou, ainda, que é muito leal ao governador Ronaldo Caiado, mas que está satisfeito com o mandato de parlamentar e que não busca nenhum cargo. “Tive que dizer várias vezes que não estava disputando a presidência. Agora tenho que dizer que não estou disputando a liderança”, deixou bem claro.

Apesar disso, todos sabem que o governador nutre por cambão um largo prestígio. O parlamentar, discreto que é, sempre figurou como peça importante da base no entorno. Caso assuma a liderança, Talles, porém, seria ‘prejudicado’ já que, segundo uma fonte próxima, “apostou todas as fichas na liderança” e não negociou posição na nova mesa diretora, agora, já fatiada entre veteranos e novatos. 

Chapa

O HOJE, adiantou, com exclusividade, a disposição da próxima mesa para a próxima legislatura. Ela terá como presidente Bruno Peixoto, que articulou a sucessão de Lissauer e conseguiu garantir o último voto nesta semana, o do ex-vice-governador de deputado estadual eleito, Lincoln Tejota (União Brasil).

A vice-presidência deverá ser indicada pelo MDB, assim como o 2º vice-presidente corregedor. Os nomes devem ser de Charles Bento e do novato Lucas do Vale, ainda a definir quem ocupa o que.

Já a 2a vice-presidência ficará com Clécio Alves (Republicanos), vereador de Goiânia eleito em 2022 para o cargo. Na 3a vice-presidência um nome da oposição: o petista Antônio Gomide.

Ao entrar nas secretarias, vem Virmondes Cruvinel (União Brasil) como 1o secretário. Ele desistiu de disputar a presidência e fechou com Bruno Peixoto ainda em dezembro. Como 2o secretário, Júlio Pina; o 3o, Amauri Ribeiro (União Brasil). Já o 4o secretário é um deputado eleito no ano passado, que assume no próximo dia 1º de fevereiro: Gugu Nader (Agir).

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