Ação da PF preocupa Planalto

Avaliação no governo é de que as prisões de amigos Temer e de empresários do setor portuário sinalizam uma terceira denúncia contra o presidente

Postado em: 30-03-2018 às 08h00
Por: Sheyla Sousa
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Avaliação no governo é de que as prisões de amigos Temer e de empresários do setor portuário sinalizam uma terceira denúncia contra o presidente

As prisões de amigos  próximos do presidente Michel Temer e de empresários do setor portuário acenderam o sinal de alerta no Planalto. A avaliação é de que a Operação Skala, realizada pelo Polícia Federal na quinta-feira (29) sinaliza que uma terceira denúncia contra o presidente Michel Temer está próximo de acontecer. 

As prisões e apreensões foram determinadas pelo ministro Luis Roberto Barroso, relator do chamado Inquérito dos Portos, no Supremo Tribunal Federal (STF). Analistas preveem também que o fato deve acirrar os ânimos entre o Planalto e o Supremo.

Na operação da Polícia Federal foram presos, em caráter temporário, o advogado José Yunes, ex-assessor do presidente Michel Temer; João Batista Lima Filho, ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo; o ex-ministro da Agricultura e ex-deputado Wagner Rossi e seu ex-auxiliar Milton Ortolan;  o presidente do Grupo Rodrimar, Antônio Celso Grecco, a empresária Celina Torrealba, uma das proprietárias do Grupo Libra, detida no Rio de Janeiro.

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Segundo o Ministério Público Federal (MPF), vários mandados de prisão temporária e de busca e apreensão foram cumpridos pela PF, a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. O chamado Inquérito dos Portos apura as suspeitas de que agentes públicos favoreceram empresas do setor portuário com a publicação de um decreto assinado pelo presidente Temer em maio do ano passado, o chamado Decreto dos Portos (Decreto 9.048/2017).

Em nota, o advogado de Yunes, José Luis Oliveira Lima, classificou a prisão de seu cliente como “inaceitável”. Segundo Lima, Yunes vinha colaborando com as investigações sobre a suspeita de que agentes públicos beneficiaram empresas do setor portuário com a publicação de uma medida provisória.

“É inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimado ou mesmo espontaneamente compareceu a todos os atos para colaborar. Essa prisão ilegal é uma violência contra José Yunes e contra a cidadania”, afirma o advogado na nota. (Agência Brasil) 

Para Marun, prisões não Enfraquecem o governo

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse na quinta-feira (29) que as prisões feitas na Operação Skala, da Polícia Federal, não enfraquecem o governo e defendeu o Decreto dos Portos.

Questionado se as prisões de pessoas ligadas ao presidente Michel Temer enfraquecem o governo, Marun negou e reafirmou a certeza de que o presidente não tem relação com concessão de nenhum benefício à Rodrimar, empresa investigada por suposto favorecimento pelo decreto.

“A prisão de dois amigos do presidente é uma situação em relação a qual nós ainda não temos um conhecimento específico dos motivos que levaram a ela”, disse. E completou: “Quero antes de mais nada ter conhecimento dos motivos [das prisões] e tenho a certeza de que se isso não for tratado com parcialidade, com sensacionalismo, não enfraquece o governo porque o presidente Temer nada tem a ver com isso. O decreto não beneficia a Rodrimar”, disse o ministro.

Entre os presos temporários estão o advogado José Yunes, ex-assessor do presidente Michel Temer; o ex-ministro da Agricultura e ex-presidente da estatal Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Wagner Rossi; o presidente do Grupo Rodrimar, Antônio Celso Grecco. A polícia apura as suspeitas de que agentes públicos favoreceram empresas do setor portuário com a publicação de um decreto assinado pelo presidente Temer em maio do ano passado, o chamado Decreto dos Portos (Decreto 9.048/2017).

Marun disse ainda que a “absoluta inocência” do presidente Michel Temer será esclarecida. “Temos a mais absoluta convicção de que, em havendo clareza, em havendo imparcialidade na condução das investigações, chegaremos a óbvia conclusão: o Decreto dos Portos não beneficia a Rodrimar e que ao final restará esclarecida a absoluta inocência do presidente em relação a tudo isso”, disse em entrevista a jornalistas após participar de evento em Florianópolis (SC). (Agência Brasil) 

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