Para Barroso, corrupção sistêmica era modo de fazer política

O ministro do STF falou sobre corrupção durante o fórum internacional promovido pelo Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção do Crime e Tratamento do Delinquente

Postado em: 02-04-2018 às 16h30
Por: Victor Pimenta
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O ministro do STF falou sobre corrupção durante o fórum internacional promovido pelo Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção do Crime e Tratamento do Delinquente

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto
Barroso afirmou hoje (2) que a corrupção sistêmica sempre foi o modo de fazer
política no Brasil. “O Brasil se deu conta de que vivenciávamos uma corrupção
sistêmica, endêmica, que não era produto de falhas pessoais, era um modo de
conduzir o país”, disse Barroso, ao participar do Fórum Internacional A
Segurança Humana na América Latina, na capital paulista.

Barroso evitou comentar o Inquérito dos Portos, do qual é
relator no STF, e a recente prisão temporária, e posterior soltura, de 10
investigados na Operação Skala, deflagrada na quinta-feira (29) pela Polícia
Federal.

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Sem conversar com jornalistas, o ministro falou sobre
corrupção durante o fórum internacional promovido pelo Instituto
Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção do Crime e Tratamento do
Delinquente. Para Barroso, o país celebrou um “pacto de saque ao Estado”, firmado
entre empresários, políticos e a burocracia estatal, com renovação constante
dos acordos de corrupção.

No entender do ministro, o processo gerou perda da confiança,
de maneira geral, entre os brasileiros. “O custo moral de tudo isso foi a
criação da cultura de desonestidade. Precisamos romper com esse ciclo da
cultura de desonestidade”, afirmou.

Segurança

Ao falar sobre o tema da segurança humana, Barroso ressaltar
que a universalização do ensino para crianças de até 3 anos é a meta mais
importante para alcançar esse objetivo no país. “Não acho que um país se
constrói apenas com punitivismo e combate à corrupção, mas com agenda social.
Não apenas slogans”.

Já o juiz Eugenio Raúl Zaffaroni, da Corte Interamericana de
Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), citou os altos
índices de mortes violentas e as condições precárias dos presídios, onde se
evidenciam grandes injustiças. “Nas cadeias, 14% dos presos são por crimes
contra a vida, 3% por crimes sexuais e o restante, por crimes contra a
propriedade e vinculados a drogas”, disse Zaffaroni.

 Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/STF/SCO/Carlos Moura)

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