O jeito nada republicano do deputado Gustavo Gayer

Depois de xingar senadores, Gayer mais uma vez deve ser alvo do STF

Postado em: 09-02-2023 às 08h15
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: O jeito nada republicano do deputado Gustavo Gayer
Depois de xingar senadores, Gayer mais uma vez deve ser alvo do STF. | Foto: Reprodução/Facebook

Segundo deputado federal mais bem votado pelos goianos, o professor e empresário bolsonarista Gustavo Gayer (PL) há anos é uma figura folclórica nas redes sociais. Não poupa ninguém, nem quem navega no mesmo barco ideológico do que ele. Exemplos não faltam. 

Recentemente, Gayer destilou xingamentos contra os senadores Jorge Kajuru (PSB) e Vanderlan Cardoso (PSD) – o último igual ao deputado, um apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Gayer indignou-se com o fato de os dois senadores votarem a favor de Rodrigo Pacheco. Em um vídeo nas redes sociais, Gayer, do jeito como é conhecido com deboche, disse: “Nós não vamos esquecer. Em Goiás, Vanderlan Cardoso e Kajuru, dois vagabundos que viraram as costas para o povo em troca de comissão, não é não, Vanderlan? Eu tenho minhas convicções. Eu quero pegar a minha comissão, não é não, Vanderlan?”

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Em seguida, Gayer mirou o coração de uma das estratégias de Vanderlan daqui a dois anos: “Quero ver o senhor ser candidato a prefeito agora, seja candidato a prefeito. O Kajuru já é uma caricatura. O Kajuru ninguém fala com ele, que ele é um doido varrido.” 

A consequência: uma ação de notícia-crime por difamação, calúnia e injúria contra Gayer no Supremo Tribunal Federal (STF). Gayer apostava que Rodrigo Pacheco, candidato à presidência do Senado apoiado pelo presidente Lula (PT), perderia a reeleição para o candidato do grupo de Bolsonaro, Rogério Marinho (PL). 

O senador por Minas Gerais, Rodrigo Pacheco, continuará no comando do Senado no biênio 2023–2024. Ele venceu a eleição no dia 1º, com 49 votos, enquanto que Marinho obteve o apoio de outros 32 parlamentares, inclusive de Eduardo Girão (Podemos), que também era candidato, mas desistiu da disputa durante a sessão.

Acostumado a mandar receita de bolo a jornalistas que o buscam para dar declarações, Gayer, o deputado, protocolou o Projeto de Lei 364/23 que, segundo ele, pretende dar um “golpe” nas grandes empresas de comunicação brasileiras e repassar 35% de verba de mídias para pequenas empresas jornalísticas. 

“Uma das ferramentas que esse sistema tem para manipular a opinião pública e imbecilizar boa parte do nosso povo, é justamente como a verba pública, nosso dinheiro, é usado para comprar as pautas, para comprar a grande imprensa brasileira – Globo, Estadão. Bom, vocês já conhecem a lista tão bem quanto eu”, afirma ele. 

O deputado afirma que “não há na nossa lei nenhum limitador do quanto a verba pública pode ser destinada a organizações da grande imprensa, ou da extrema-imprensa brasileira”. 

Segundo Gayer, a imprensa age como folhetim da esquerda. “E é por isso que eles trabalham dessa forma, como se fosse militantes de governos, como de governos de esquerda, que sempre abriram as torneiras e despejaram bilhões do nosso dinheiro nos cofres e nos caixas dessas empresas. Esse projeto de lei que protocolei agora, determina um mínimo de 35% de toda verba pública que for gasto com empresa de jornalismo, da mídia, 35% deve ser gasto com pequenas empresas”. 

Para ele, o objetivo é o surgimento de pequenas empresas. “Esse é o primeiro projeto que estou protocolando. Vou trabalhar para conseguir todas as assinaturas. E esse é um grande golpe nesse esquema de desinformação e manipulação da opinião pública”.

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