Filiação de Meirelles empolga deputados

Representantes do MDB de Goiás apostam no perfil de gestor do atual ministro da Fazenda de Temer para credenciá-lo na disputa pela Presidência da República

Postado em: 04-04-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Representantes do MDB de Goiás apostam no perfil de gestor do atual ministro da Fazenda de Temer para credenciá-lo na disputa pela Presidência da República

Venceslau Pimentel*

O deputado federal e presidente do MDB em Goiás disse ontem que a filiação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao partido é uma conquista qualitativa. “Meirelles é um nome qualitativo e representa a política de resultados que nós do MDB goiano defendemos”, disse. O deputado presenciou o ato de filiação na sede do MDB nacional, em Brasília.

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Vilela destacou que Meirelles foi o principal fiador da estabilidade econômica nacional no início dos anos 2000” – período em que comandou o Banco Central nas duas gestões do então presidente Luís Inácio Lula da Silva (de 2003 a 2010), e também agora, como ministro da Fazenda de Michel Temer – “neste momento de superação da maior crise econômica da nossa história recente, o que não deixa dúvidas sobre sua capacidade”. 

Pela qualificação de Meirelles, o deputado – que também é pré-candidato ao governo de Goiás – sustenta que ele se credencia como pré-candidato do MDB à Presidência da República. Afirma que o ministro, que deixa o cargo ainda esta semana, teria apoio irrestrito do diretório goiano, não só por ser goiano de Anápolis, mas também por sua capacidade como gestor.

A filiação de Meirelles ao MDB pode beneficiar a pré-candidatura do deputado federal Daniel Vilela ao governo de Goiás, segundo avalia deputados estaduais do partido.

Para Wagner Siqueira, Meireles passa a ser uma alternativa do partido para a disputa pelo Palácio do Planalto, em contraponto ao presidente Michel Temer, que ainda avalia disputar a reeleição, mesmo após a prisão de seus amigos na Operação Skala – o advogado José Yunes, o ex-coronel da Polícia Militar João Batista Lima, e o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi.

“Meirelles tem competência e confiabilidade popular”, afirma Siqueira. Destacando os avanços na economia do país, com Meirelles à frente do comando do Banco Central. Destacou o fim da recessão, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), queda na inflação e redução da taxa Selic e o aumento no número de empregos. “Ele se torna uma alternativa viável”, reafirma o parlamentar.

Paralelamente, Siqueira sustenta que, com Meirelles candidato a presidente, a candidatura de Daniel Vilela fica fortalecida, e que a mesma situação não aconteceria caso o nome do MDB fosse Michel Temer. O desgaste do presidente pode aumentar ainda mais se uma nova denúncia for oferecida contra ele, por corrupção, agora por ter supostamente beneficiado empresas que operam no porto de Santos (SP).

Secretário-geral do MDB e líder da bancada do partido na Assembleia Legislativa, Paulo Cezar Martins afirma que Meirelles é uma boa aquisição para a disputa presidencial, apesar de vê-lo mais como gestor do que como político. Lembrou da passagem do ministro como presidente do BankBoston e do Banco Central.  No entanto, o deputado diz que falta a Meirelles trato político. “Mas como o Brasil precisa mais de gestores que políticos, a filiação dele para o MDB é bem-vinda”, disse.

Assim como Wagner Siqueira, Paulo Cezar acredita que Daniel Vilela se beneficia como pré-candidato se o ministro vier a disputar a Presidência da República.

Renúncia 

Meirelles já fez parte dos quadros do MDB, quando se filiou pela primeira vez em outubro de 2009, quando cogitava a possibilidade de disputar o governo do estado, em 2010. Na época, no cargo de presidente o Banco Central, foi, segundo ele, convencido pelo então presidente Lula a permanecer na função.

Antes, em 2002, havia sido eleito deputado federal pelo PSDB, por Goiás. No entanto, renunciou ao mandato para atender convite de Lula para fazer parte de sua equipe. Em outubro de 2011 saiu do PMDB, quando presidia o Conselho Público Olímpico, órgão criado para coordenar as obras das Olimpíadas. Em seguida, filiou-se ao PSD, e passou a figurar na lista de pré-candidatos a prefeito de São Paulo. Está na equipe de Temer desde maio de 2016. (*Especial para O Hoje) 

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