Segunda-feira, 08 de julho de 2024

De olho em 2024, Peixoto articula para ampliar rede de apoio

Caso resolva mergulhar na briga do ano que vem, Bruno terá, mais uma vez, que provar sua habilidade política

Postado em: 14-02-2023 às 08h30
Por: Luan Monteiro
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Caso resolva mergulhar na briga do ano que vem, Bruno terá, mais uma vez, que provar sua habilidade política. | Foto: Agência Alego

Nos corredores da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) a leitura é que Bruno Peixoto (UB), eleito recentemente presidente da Casa, se revelou um exímio articulador nos últimos meses. A começar pelo fato histórico alcançado: foi eleito presidente da Casa com o apoio unânime do Parlamento. Em paralelo, porém, ganha força a informação de que o presidente tem em mente algo ainda maior, que se resume em chegar politicamente forte na disputa de 2024.

Bruno, de fato, tem motivos suficientes para sonhar com a prefeitura. O parlamentar ampliou significativamente seu protagonismo desde que assumiu a liderança do governo Caiado no Legislativo — o que fez logo no início da gestão, em 2019. Por diversas vezes precisou sentir o sabor amargo por defender publicamente matérias contrárias aos interesses de alguns importantes segmentos, mas colheu os frutos de não titubear e manter posição em defesa do governador. 

Não bastasse o fato de ter sido conduzido à presidência do Legislativo com a totalidade dos votos, Bruno alcançou um outro feito histórico dias antes. O agora presidente foi eleito, em outubro do ano passado, com mais de 73 mil votos. Com 100% das urnas apuradas, Peixoto terminou a corrida com o título de deputado recordista em número de votos. Ao todo, foram 73.692. Nunca antes um estadual havia registrado tamanha aceitação nas urnas. 

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Na contramão das grandes personalidades eleitas com o apoio das redes sociais ou amparadas em programas de grande audiência, o parlamentar comemorou a reeleição que, na visão dele, se justifica exclusivamente pela entrega. Ele disse ter feito um trabalho municipalista, de acolhimento e cuidado com as pessoas ao longo do último mandato. “Agradeço a todo o estado e ao meu berço político, que é a cidade de Goiânia. A maneira que tenho de retribuir tudo isso é trabalhando ainda mais para cuidar das pessoas”. 

Por falar em seu berço político, ou seja, a Capital, esse talvez seja o próximo e principal degrau que o político almeja subir. Segundo interlocutores do presidente, esse pode ter sido um dos motivos que o fez ampliar a quantidade de diretorias na Alego a fim de acomodar aliados. A partir de uma reforma administrativa, o parlamento registrou um salto de 15 para 21 pastas. 

Metade delas foram ocupadas por ex-deputados que não terminaram reeleitos no pleito em que Bruno foi consagrado o mais bem votado da história. A leitura é que Bruno precisará manter ao seu lado figuras de influência política que possam o apoiar na briga pela prefeitura em 2024. Ao que tudo indica, Bruno está mesmo disposto a mergulhar não apenas com a força de seus aliados, mas também com o apoio do governador a quem serviu como fiel escudeiro ao longo de todos esses anos. 

Caiado, por sinal, tem sido alvo de cobiça de muitos nomes. A começar pelo prefeito da Capital, Rogério Cruz (Republicanos). O prefeito, que deve brigar pela reeleição, tem sinalizado desde a disputa de 2022 em favor do governo. Apoiou a reeleição de Caiado mesmo quando seu partido decidiu compor com o principal adversário do governador. Nos bastidores, o comentário é que Cruz espera, agora, a mesma devoção de Caiado.

O nome de Ana Paula Rezende, filha do ex-prefeito Iris Rezende, também é ventilado entre os possíveis protagonistas da disputa do ano que vem. Ainda que não tenha formalizado seu interesse em disputar, fontes consultadas pelo O HOJE atestam que a situação tem sido estudada minuciosamente. O certo, segundo as mesmas fontes, é que ela não entrará na disputa sem o apoio do governo. 

Como toda eleição, o cenário nunca é confortável. Fato é que caso resolva mergulhar na briga do ano que vem, Bruno terá, mais uma vez, que provar sua habilidade política para competir não só pela cadeira, mas pelo apoio do governo e, com isso, sair com uma vantagem minimamente invejável em relação aos demais concorrentes. 

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