Mendanha descarta conversa sobre compor governo Caiado

Corre, à boca miúda, a dúvida se o ex-prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha (Patriota), pode “entrar de cabeça” no segundo governo de Ronaldo Caiado (União Brasil). Mendanha, no entanto, afirmou ao jornal O Hoje que não passa de “fofoca”. 

Mendanha, que foi opositor de Caiado na última disputa eleitoral ao governo, assumiu uma postura amena enquanto nome de oposição. Não aparece achincalhando a gestão de Caiado.

Em conversa com jornalistas do jornal O Hoje recentemente, o ex-prefeito afirmou que se propõe a fazer uma oposição sensata, propondo ideias e não uma “oposição irresponsável”. 

Foi o que ele repetiu na noite desta terça-feira (28) à reportagem. “Não estou em busca de cargos. Não estou buscando esse espaço”, disse, complementando que “está disposto a conversar com o governador para ajudar no diálogo para relações internacionais”. E, ainda, ressaltou: “Vou fazer oposição inteligente ao governo. Se fosse para ter cargo, eu teria ficado na prefeitura”. 

Para Caiado, dizem fontes palacianas, chamar Mendanha para o guarda-chuva de seu governo tem lá seus ganhos, como transmitir a ideia de um líder conciliador, abrangente, que aceita o contraditório e está disposto a fazer um governo aos goianos, dando espaço a um jovem que já mostrou sua notoriedade, quando esteve na segunda mais importante prefeitura de Goiás. Fora que, mesmo com a estrutura partidária enfraquecida, conseguiu um notável resultado eleitoral, ficando em segundo lugar, com 866 mil votos (25,32%).

O burburinho também chama a atenção para a forma com que Mendanha conduziu a disputa eleitoral: ao contrário do que é comumente em processos eleitorais feitos à base de poder pelo poder, não usou de estratégias de marketing duvidosas para atacar o adversário, respeitando o governador, que estava vulnerável, em luto por causa do morte do filho a muito pouco das eleições. 

De qualquer forma, Gustavo Mendanha é um projeto de poder para daqui a quatro anos, quando, como é esperado, Caiado apoie a candidatura de seu atual vice, Daniel Vilela (MDB), ao governo. Apenas isso colocaria na esteira do esquecimento qualquer intenção de dar espaço para Mendanha, que, a depender de como construirá sua trajetória até 2026, vem com mais força para a disputa. 

Aliado de Mendanha, o atual prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano (Patriota), tem tido uma relação promissora com o governador. Na tarde desta terça-feira, quando Vilmar chegou a um evento de mineração ocorrido no auditório Mauro Borges no Palácio Pedro Ludovico, Caiado, que já estava em lugar de destaque, o cumprimentou com entusiasmo. 

O evento, que contou com diversos prefeitos, teve outro detalhe interessante, que aprofunda o entendimento sobre esta relação. Quando abriu o evento, o titular da Secretaria da Indústria e do Comércio, Joel Santana Braga (PP), cumprimentou Vilmar Mariano, “em nome de outros prefeitos”. Em seguida, lembrou-se da presença do presidente da Federação Goiana dos Municípios, o prefeito Haroldo Naves. 

Antes de Mendanha dar a declaração ao jornal O Hoje, Vilmar Mariano conversou com a reportagem. “Almocei com Mendanha e ele não comentou nada sobre a conversa do Gustavo ir pro governo. Isso é coisa plantada”, afirmou. 

O assunto surgiu depois que o trecho de uma entrevista de Mendanha a um podcast ter sido editado e, diz o ex-prefeito, ser tirado de contexto. Na ocasião, Gustavo comentava a importância de outros governos para as relações internacionais e que poderia ajudar o governo Caiado.