Mabel defende capacitação para diminuir escassez de mão de obra

Presidente da Fieg, Sandro Mabel, defende melhoria no setor de construção civil para atrair trabalhadores

Postado em: 02-03-2023 às 09h00
Por: Yago Sales
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Presidente da Fieg, Sandro Mabel, defende melhoria no setor de construção civil para atrair trabalhadores. | Foto: Ícaro Gonçalves / O Hoje

A pretexto de diagnosticar a escassez de mão de obra em vários segmentos, a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e o Sebrae Goiás pesquisaram, primeiro, a construção civil. O estudo foi feito pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL Goiás), a pedido do Conselho Temático de Relações do Trabalho (CTRT), da Fieg, junto com o Sebrae. 

O resultado foi apresentado pelas instituições no final da manhã desta quarta-feira (1/3) e traz alguns dados relevantes. Os pesquisadores visitaram 15 canteiros de obras e entrevistaram 430 trabalhadores da construção civil para identificar alguns aspectos, como se existe alguma intenção de capacitação profissional ou se incentivariam os filhos a trabalharem na mesma área.  

O estudo vem em um momento crucial para a construção civil, já que existe, para os próximos meses, uma enorme expectativa de necessidade de demanda ao setor. 

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O presidente da Fieg, Sandro Mabel, demonstrou preocupação sobre a necessidade de encontrar gente interessada em trabalhar na construção e, principalmente, criar uma forma de dinamizar o trabalho e capacitar os profissional. 

“Já trabalhamos na área da construção civil em várias parcerias e treinamentos junto com o Sebrae. Essa pesquisa nos alertou para uma série de coisas que não estamos fazendo, como por exemplo nas escolas, onde falamos muito de indústria, informática, robótica, mas não falamos de construção civil. Então nós não despertamos o desejo nos alunos de ir para a construção civil”, destacou ele. 

O presidente da Fieg garante que um dos fatores para melhorar a relação do setor com o trabalho é modernizar a forma de fazer. “Por exemplo, ao invés da pessoa carregar o tijolo, poderia ter uma máquina operada por ele para levar o tijolo. Ao invés de ficar puxando a cordinha para o cimento subir de um andar para o outro, ele pode operar uma máquina exatamente para isso”, propõe Mabel. Ele também acredita que a organização de fóruns de discussão vai ajudar na ideia, já que, a escassez, para o presidente, compromete o tempo de entrega das obras e também o encarece. 

Para Mabel, no entanto, o setor de engenharia tem melhorado em solo goiano. “A partir de hoje a qualificação de obra da construção civil vai estar melhorando porque despertamos para uma série de fatores”.

De acordo com o levantamento, um dos problemas para a questão da mão de obra são os baixos salários, serviço desgastante, oportunidade em outras áreas, serviço perigoso, carga horária puxada, falta de qualificação/experiência ou falta de informações.

Ainda de acordo com o estudo, há uma preocupação sobre o número de trabalhadores informais. Com isso, de acordo com o levantamento, seria necessário, para atrair esses trabalhadores, melhorar as condições de trabalho: implantar a oferta de plano de saúde; pagamento de hora extra; pagamento de produção; equipamentos de EPI de qualidade; vale alimentação; cesta básica e oportunidade de crescimento. 

A partir das entrevistas aos trabalhadores, constatou-se que 40% não têm interesse em se qualificar, outros 60% demonstram interesse em áreas como mestre de obra, pintor e eletricista. 

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