Mendanha não fará oposição raivosa a Ronaldo Caiado

Ex-prefeito de Aparecida disse ao O HOJE que não pretende atuar como mero opositor

Postado em: 06-03-2023 às 08h07
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Mendanha não fará oposição raivosa a Ronaldo Caiado
Ex-prefeito de Aparecida disse ao O HOJE que não pretende atuar como mero opositor | Foto: Reprodução

O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota), é visto, nos bastidores da política goiana, como uma das principais lideranças de oposição ao governador Ronaldo Caiado (UB). Mendanha, vale lembrar, foi o principal concorrente ao governo do Estado na disputa de 2022. Teve mais de 800 mil votos nas urnas e terminou em segundo lugar. Quem espera, portanto, que Mendanha tenha um comportamento aguerrido em relação a atual gestão está enganado. 

Mendanha, claro, tende a continuar figurando como uma liderança da oposição, mas não como um mero opositor. Em entrevista ao jornal O HOJE, o ex-prefeito de Aparecida disse que pretende se manter distantes dos hábitos popularmente conhecidos como parte da “velha política” ou, como alguns pretendem chamar, da “política tradicional”. 

“Eu diria que sou oposição ao governo Caiado, mas não passa pela minha cabeça essa política tradicional de que para aparecer tenho que torcer pelo pior. Vou torcer pelo melhor. Em algum momento, se necessário alguma crítica, farei, como sempre fiz. Mas não quero ser alguém que vai ficar com uma estaca na mão, a todo momento fazendo vídeos só para aparecer. Sou alguém que costuma ser discreto”, explicou.

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O político aproveitou, ainda, para estender uma crítica aos políticos que não só torcem pelos erros dos adversários, mas que aproveitam dos deslizes para buscar os holofotes. “Acho, inclusive, que a política precisa de uma modernização dos políticos. Temos muitas pessoas que falam muito, gritam muito, mas que de maneira prática não fazem nada para melhorar a vida das pessoas”.

Para muitos, o fato de Mendanha adotar esse comportamento pode ser traduzido como uma espécie de compor com o governo. O que ele descarta. “Não estou em busca de cargos. Não estou buscando esse espaço”, disse, complementando que “está disposto a conversar com o governador para ajudar no diálogo para relações internacionais”. E, ainda, ressaltou: “Vou fazer oposição inteligente ao governo. Se fosse para ter cargo, eu teria ficado na prefeitura”, pontua. 

Mas todo conselho é bem-vindo. Questionado sobre isso, o ex-prefeito diz que deixaria apenas um coselho ao atual governador. “Se pudesse colaborar com esse segundo mandato, aconselharia o governador a viajar mais. Embora pareça que essas viagens são feitas a título de turismo, acho que elas contribuem e muito. Nós tivemos em Goiás a figura do Mauro Borges que se aventurou em sair do País e buscar experiências, foi um dos grandes governadores do ponto de vista de planejamento. O Iris, embora tenha parado de fazer isso nos últimos anos, em determinado momento foi a Nova Iorque, Israel, China em busca de experiências. Marconi também fez um bom trabalho de diplomacia. O Caiado, no entanto, acabou com isso. E você só passa a receber quando você vai. Que vá conhecer os cases de sucesso que existem no mundo. O que há de bom pode e deve ser copiado”, pontuou.

Conforme mostrado pelo O HOJE, foi ventilado nas últimas semanas que o governador teria buscado aproximação com o líder aparecidense na tentativa trazê-lo para seu quadro de auxiliares. Segundo fontes palacianas, chamar Mendanha para o guarda-chuva de seu governo teriaseus ganhos, como transmitir a ideia de um líder conciliador, abrangente, que aceita o contraditório e está disposto a fazer um governo aos goianos, dando espaço a um jovem que já mostrou sua notoriedade, quando esteve na segunda mais importante prefeitura de Goiás. Fora que, mesmo com a estrutura partidária enfraquecida, conseguiu um notável resultado eleitoral, ficando em segundo lugar, com 866 mil votos (25,32%).

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