Aava assume protagonismo na corrida pela vice-presidência da Câmara

Indicação da tucana representaria nova derrota do Paço no Parlamento; Aava é vista, nos bastidores, como principal resistência da prefeitura para a vice

Postado em: 10-03-2023 às 07h33
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Aava assume protagonismo na corrida pela vice-presidência da Câmara
Indicação da tucana representaria nova derrota do Paço no Parlamento | Foto: Reprodução/ Câmara Municipal de Goiânia

A vereadora Aava Santiago (PSDB) pode ser consagrada vice-presidente da Câmara Municipal de Goiânia nos próximos dias. Nos bastidores, circula a informação de que a tucana teria assumido a dianteira na corrida que conta também com outros três nomes: Geverson Abel (Avante), Leo José (Republicanos) e Katia Maria (PT).

Interlocutores do presidente do Legislativo, Romário Policarpo (Patriota), atestaram à reportagem, inclusive, que o parlamentar tem preferência pela tucana. A predisposição de Policarpo em ter Aava na vice passa, segundo as mesmas fontes, pela vontade de mostrar à prefeitura a autonomia da Casa. A indicação da tucana, vale lembrar, representaria uma nova derrota do Paço. 

Conforme mostrado pelo O HOJE, o ambiente de tensão entre a prefeitura e a Câmara está cada vez mais claro. Não é de hoje, todos sabem, que os vereadores esboçam insatisfação em relação ao tratamento dispensado pelo Paço. A guerra fria, que antes ocorria de maneira mais discreta, tem ganhado força e os vereadores começam a dar sinais de que devem mostrar as garras nos próximos dias.

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Entre todos os cotados para assumir a cadeira, Aava é tida como a que mais tem potencial de incomodar o prefeito. Firme em seus posicionamentos, a tucana é vista entre os colegas como alguém com potencial para fazer uma oposição inteligente à gestão Cruz. “Prova disso é que a prefeitura só decidiu entrar no circuito e tentar intervir de alguma forma nesse processo quando o nome dela apareceu entre os cotados”, disse um vereador governista. 

A tucana foi procurada pela reportagem e questionada se teria, de fato, interesse em ocupar a vaga deixada pelo fiel escudeiro do prefeito e agora deputado, Clécio Alves. “Estou aqui para somar. Quero e irei atuar onde for preciso para reforçar a independência dessa Casa. Sou uma vereadora de grupo, portanto, se o grupo entender que devo assumir, estou pronta para isso. Jogo nas nove [posições] — disse em alusão ao jargão futebolístico utilizado para se referir a um jogador capaz de atuar em qualquer posição dentro de campo]”.

Ainda sobre as respostas que a Casa tem oferecido a Rogério Cruz, em um movimento atípico, três vetos assinados pelo prefeito foram derrubados pelo Legislativo na sessão da última quinta-feira (9/3). 

Vale destacar, também, que os vereadores criaram novos blocos para a composição da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Comurg na Casa. Um vereador atestou à reportagem que a formação dos grupos “saiu diferente do negociado com a prefeitura”. A conversa prévia teria ocorrido em reunião dos integrantes da base com o secretário de Governo, Jovair Arantes (Republicanos). 

Policarpo também dá sinais cada vez mais escancarados de rompimento com o Executivo. Em discurso recente à imprensa disse não ter sido convidado pelo secretário de Governo para a reunião em questão. “Sei da reunião e não fui convidado. Mas não iria se fosse, acho que até por isso não me chamaram”. 

Ao argumentar sobre o distanciamento que tomou em relação à atual gestão, disparou: “Já deixei claro que meu posicionamento em relação ao Paço não se resume à distribuição de espaços, se resume a cidade se tornar funcional. Acho que a própria prefeitura entende que isso vai demorar um pouco e por isso decide nem me chamar”. 

Romário, inclusive, já tem sido chamado por alguns fiéis escudeiros de Rogério como “reclamante” diante das críticas mais contundentes dos últimos meses.

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