Silvye não descarta possibilidade de disputar Prefeitura de Goiânia

“Se o governador Ronaldo Caiado quiser que eu saia prefeita e eu já tiver cumprido o que me propus enquanto deputada, estou à disposição”

Postado em: 10-03-2023 às 07h38
Por: Francisco Costa
Imagem Ilustrando a Notícia: Silvye não descarta possibilidade de disputar Prefeitura de Goiânia
Silvye teve mais de 254 mil votos para assumir uma cadeira na Câmara Federal. | Foto: Reprodução/ Câmara dos Deputados

A deputada federal mais votada de Goiás, Silvye Alves (União Brasil), não descarta a possibilidade de disputar a prefeitura de Goiânia e 2024. De acordo com a parlamentar, caso ela tenha cumprido seus objetivos iniciais nesses dois anos de mandato e o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) peça que ela entre na corrida eleitoral, ela pode concorrer ao Executivo municipal. 

Silvye teve mais de 254 mil votos para assumir uma cadeira na Câmara Federal. Só em Goiânia, foram cerca de 117 mil eleitores, senado a mais votada na cidade. Em Aparecida, onde ela também liderou a votação, foram aproximadamente 48 mil confirmações nas urnas. No município, contudo, ela descarta entrar na disputa, apesar de já ter sido ventilada. 

“Se o governador Ronaldo Caiado quiser que eu saia prefeita e eu já tiver cumprido o que me propus enquanto deputada, estou à disposição”, reforçou ao Jornal O Hoje. “Posso ser utilizada para servir a população.” Vale citar, a congressista já apresentou quatro projetos desde que assumiu a cadeira, em fevereiro deste ano. 

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Sobre as propostas, uma prevê medicação gratuita no SUS para hipertensão, ansiedade e depressão; outra trata de diversas modificações na Lei Maria da Penha; uma é prevê a prisão preventiva a quem ameaçar de morte as mulheres; e a última torna crime a misoginia. 

Este último prevê pena de 2 a 5 anos em caso de “discriminação, preconceito, propagação do ódio ou aversão e afins, praticados contra mulheres por razões da condição de sexo feminino”, podendo ser aumentada em caso de conduta praticada por duas ou mais pessoas, em locais públicos, por meio de redes sociais, etc. Silvye cita, na justificativa, a utilização de meios de comunicação por grupos misóginos para vender cursos e propagar o discurso de ódio e aversão ao gênero feminino.

Recentemente e relacionado a isso, o coach Thiago Schutz trouxe o tema misoginia à luz ao ameaçar de morte a atriz e humorista Lívia La Gatto, após ela ironizá-lo por causa de ideias de grupos Redpill – uma comunidade que prega a submissão feminina para resgatar a masculinidade. Após ela viralizar, ele enviou uma mensagem pedindo que apagasse o conteúdo, senão seria “processo ou bala”. A humorista publicizou o ocorrido.

Ainda na justificativa, a deputada afirma que  “diante da necessidade no avanço de normas legais que garantam o direito à igualdade e protejam as mulheres brasileiras, coibindo a crescente propagação da misoginia, sendo esta, uma questão de segurança pública, é urgente a tipificação e criminalização de condutas discriminatórias ou preconceituosas contra mulheres por razões da condição de sexo feminino”.

E mais: “O descompasso social entre homens e mulheres foi sobremaneira injusto e desequilibrado em desfavor das mulheres, permitindo a disseminação de uma cultura machista de inferiorização social durante séculos.”

União Brasil

Além de Silvye, o União Brasil tem outras possibilidades para o pleito de 2024. O partido do governador Ronaldo Caiado, contudo, ainda pode ir para base do prefeito Rogério Cruz (Republicanos), caso ele se viabilize, é claro.

Contudo, se isso não ocorrer, o partido tem outros três nomes, conforme o ex-deputado federal e agora titular do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), Delegado Waldir Soares (União Brasil). Ele próprio seria um deles. Vale lembrar, em entrevista recente, o político já tinha dito que poderia concorrer na capital ou em Aparecida de Goiânia. 

Waldir lembra que teve 120 mil votos em Goiânia no último pleito, quando disputou o Senado, e 36 mil em Aparecida, o que favorece a construção do nome dele na disputa. “Sempre sou muito bem votado nos dois municípios. E meu nome tem sido falado. Tanto em Goiânia quanto em Aparecida”, admite. 

Ele cita, ainda, outras três possibilidades do partido, que considera forte no Estado: o deputado federal Zacharias Calil e o deputado estadual Bruno Peixoto – além de Silvye. 

Zacharias teve 87,9 mil votos. Ele é conhecido por seu trabalho como médico e, em 2020, também foi ventilado na disputa pela prefeitura de Goiânia. É pessoa próxima do governador Ronaldo Caiado.

Já o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto, é tido há algum tempo como possibilidade. Segundo conversas de bastidores, ele teria esse desejo. 

Com mais de 73 mil votos, recorde para um deputado estadual, Peixoto articulou e garantiu unanimidade dos votos para assumir o comando da mesa diretora. Um sinal de dificuldade para viabilizar a candidatura, contudo, é que a reeleição da presidência da Alego está em discussão. 

No ano passado, a possibilidade tinha sido derrubada e, em tese, Bruno só ficaria dois anos à frente do cargo. Assim, caso Peixoto realmente não entre no páreo, é interessante que ele renove seu mandato. 

Nomes

Alguns nomes estão nas “rodas de aposta” para 2024. Vanderlan Cardoso (PSD) é um deles. Apesar do congressista negar, interlocutores dão como certo que ele dispute a prefeitura de Goiânia. 

“Como ele falaria não, se já disse sim para enfrentar adversários como Iris e Maguito?”, indaga uma fonte. Em 2016, o ex-prefeito de Senador Canedo ficou em segundo lugar contra Iris Rezende (MDB). Em 2020, também foi ao segundo turno contra Maguito Vilela (MDB). A avaliação dos aliados do senador é que no ano que vem haverá um vácuo de poder, ocasião em que ele se destacará como principal nome do pleito. 

Outra possibilidade é da deputada federal Delegada Adriana Accorsi (PT). Ela, que já negou a possibilidade, já disputou o paço em duas ocasiões. Na última, ela terminou em terceiro lugar — atrás de Maguito Vilela e Vanderlan. 

Tudo deve depender de como estará a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) próximo do pleito. O partido pode, inclusive, apostar em outro nome, como o do ex-reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira, que é suplente na Câmara. Porém, Accorsi é quem mais se destaca.

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