Kajuru quer impedir atuação de ministro no caso das joias para Bolsonaro

No ano passado, Augusto Nardes teve áudio divulgado em que dizia ter informações sobre "forte movimentação nas casernas" e que "estariam prestes a realizar ações para um desenlace bastante forte na nação"

Postado em: 10-03-2023 às 10h00
Por: Francisco Costa
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No ano passado, Augusto Nardes teve áudio divulgado em que dizia ter informações sobre "forte movimentação nas casernas" e que "estariam prestes a realizar ações para um desenlace bastante forte na nação" (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O senador goiano Jorge Kajuru (PSB) acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) pela suspeição do ministro Augusto Nardes no caso das joias da Arábia Saudita enviadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). Na última quarta-feira (8), Nardes foi escolhido relator da ação do Ministério Público no TCU.

De acordo com Kajuru, “aparentemente, há alinhamento ideológico e companheirismo entre o ministro e o ex-presidente”. O senador utiliza um áudio de Augusto Nardes do ano passado que veio a público.

O goiano narra que, na gravação de teor golpista, “o ministro afirma ter informações sobre uma forte movimentação nas casernas e que os militares estariam prestes a realizar ações para um ‘desenlace bastante forte na nação, [de consequências] imprevisíveis, imprevisíveis’”.

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Além disso, o ministro também dizia manter contato com o “time” de Bolsonaro e que o ex-presidente estava preparado para o que iria acontecer no Brasil. Depois da repercussão, ele foi criticado por pares e chegou a pedir licença por algumas semanas.

No pedido, Kajuru ainda diz que “o áudio enviado pelo ministro não apenas corroborava com as pautas golpistas, como também revela sua postura parcial, ou seja, favorável ao presidente Jair Bolsonaro e suas pautas e contrária aos ideais representados pelo novo governo”.

A demanda é assinada pelos advogados Wagner Ferreira dos Santos Filho e Rogério Paz Lima.

Joias

As joias, que seriam um presente do regime saudita para o então presidente e a primeira-dama, são avaliadas em cerca de 3 milhões de euros (aproximadamente R$ 16,5 milhões). Elas foram apreendidas após serem encontrados na mochila do militar Marcos André dos Santos Soeiro, que era assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque quando retornavam de uma viagem oficial ao Oriente Médio. O caso aconteceu em outubro de 2021

O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo o jornal, o então ministro teria pedido aos servidores da Receita que liberassem as joias, mas os fiscais não atenderam ao pedido, alegando que o ingresso no País com presentes oficiais de governantes estrangeiros ao governo brasileiro obedece a trâmite legal específico.

Albuquerque, por sua vez, diz que não sabia do conteúdo dos pacotes. Segundo ele, a comitiva recebeu os presentes quando deixava o país árabe.

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